Festa de arromba, dançar até fazer tremer o chão ou levantar poeira. Já todos estivemos em festas assim. Mas nunca literalmente. Nos Estados Unidos há um festival onde isto pode mesmo acontecer.

O famoso festival americano Burning Man tem lugar na última segunda-feira de agosto e dura até à primeira segunda de setembro no deserto de Black Rock no Nevada. Este evento, que começou em 1986, é descrito como uma experiência em comunidade com arte, influenciada por alguns princípios como a inclusão radical, a cooperação comunitária, a auto-expressão ou a autoconfiança. Sendo que o ponto alto é a queima da figura  de um homem com mais de 12 metros de altura, construída em madeira. Ou seja, quem se quiser soltar das amarras do dia-a-dia já sabe para onde pode ir. Mas ali a  a escala de Richter pode bem dar sinal.

Quem o diz é Paul Denton, sismólogo do British Geological Survey, em declaração ao Washington Post. Este festival pode causar vibrações tão fortes que é possível que seja registado uma escala de Richter. Denton dedicou vários anos a estudar a influência de concertos na atividade sísmica. E chegou a uma conclusão. Se durante anos todos pensaram que essa influência vinha do som da música, amplificada por potentes colunas, Paul Denton concluiu que os picos sísmicos durante esses eventos tinham origem na grande quantidade de pessoas a dançar ao mesmo tempo.

   A quantidade de energia criada por pessoas a dançar é maior do que a quantidade criada pelos concertos com sistema de amplificação.”

Assim, dentro das circunstâncias certas, o sismólogo afirma que os 70.000 festivaleiros a dançar ritmicamente podem provocar um abalo na escala de Richter até 0,5. Na verdade, a vasta extensão do deserto onde se realiza o festival, “pode ajudar com a transmissão das vibrações”.

No entanto existe um problema. Para este tremor poder ser sentido por outras pessoas fora do festival a intensidade teria que alcançar os 2,5 ou 3 na escala de Richter. Para isso era necessário um número de bilhetes praticamente impossível de alcançar. Mas nos Estados Unidos da América tudo (ainda) é possível.

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