O comissário europeu considera que o acordo, feito no âmbito do programa da UE Horizonte 2020, une a inovação ligada ao cliente, “em que a China está muito mais avançada”, e o “polo de saber e da ciência fundamental” que é a Europa. O mecanismo de cofinanciamento será suportado maioritariamente pela UE, com 100 milhões de euros, enquanto a parte chinesa investirá o equivalente a 30 milhões de euros.

“Queremos juntar a ciência fundamental com a capacidade de olhar para os clientes, e de compreender os novos modelos de negócio”, disse à agência Lusa Carlos Moedas, que detém a pasta da Investigação, Ciência e Inovação

Concebido para seis anos (2014-2020), o “Horizonte 2020” é o maior programa público de apoio à investigação e à inovação do mundo e está dotado com um orçamento de praticamente 80 mil milhões de euros, o equivalente a 8% do orçamento comunitário.

Questionado sobre se a China é atualmente encarada mais como concorrente ou como parceira da UE, o comissário diz que “hoje em dia o mercado funciona de uma maneira, em que quem não coopera, não consegue sequer ser concorrente”. Carlos Moedas reuniu-se na segunda-feira com o ministro da Ciência e Tecnologia chinês, Wan Gang, e com o presidente da Academia Chinesa de Ciências, Bai Chunli.

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No mesmo dia, visitou a zona de Zhongguancun, no nordeste de Pequim, conhecida como a “Silicon Valley” da China: “Fiquei com uma impressão excelente. Vi empreendedores com grande fibra, com uma grande vontade de vencer, de construir empresas”, disse.

Hoje, o comissário parte para Dalian, importante cidade portuária do nordeste da China, para participar do Fórum Económico Mundial “Summer Davos”, que decorre até ao dia 11 de setembro e conta com a participação do primeiro ministro chinês Li Keqiang. A China é atualmente o segundo maior parceiro comercial da União Europeia a seguir aos Estados Unidos, enquanto o ‘grupo dos 28’ é o principal destino das exportações chinesas.

Carlos Moedas, que não falou sobre política nacional, foi secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro português Pedro Passos Coelhos e um dos protagonistas nas negociações com os representantes da ‘troika’ – Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.

Em agosto de 2014, foi anunciado como o nome escolhido por Pedro Passos Coelho para representar Portugal na Comissão Europeia, integrando a equipa de Jean Claude Juncker.