Abu Anas, comandante do grupo terrorista Estado Islâmico, terá sido morto por uma mulher iraquiana no distrito de Tal Roman, a oeste da cidade de Mosul, revela o International Business Times. A mulher terá assassinado Anas três meses depois de ter sido obrigada a casar com outros militantes do grupo jihadista, disse ao canal de televisão iraquiano al-Sumaria TV Saeed Mamouzini, porta-voz do Partido Democrático Curdo (KDP) em Mosul.

A morte do comandante do Estado Islâmico acontece poucos dias depois de terem surgido relados que referem que várias mulheres, de outras nacionalidades, terão sido levadas para Mosul para servirem de escravas sexuais. As mulheres terão sido transportadas para a cidade iraquiana na sequência de uma ordem emitida por Ibrahim al-Samarrai, também conhecido por Abu Bakr al-Baghdadi, o líder regional do Estado Islâmico.

A escravatura e os abusos sexuais, práticas recorrentes dentro do Estado Islâmico, terão começado — tanto quanto se sabe — em 2014, altura em que o ministro iraquiano dos Direitos Humanos, Mohammed Shia’ Al Sudani, anunciou que membros do grupo jihadista tinham executado 150 mulheres, na província de al-Anbar. Entre as vítimas, que tinham recusado casar com o grupo de militantes, encontravam-se várias mulheres grávidas.

A maioria das mulheres chega às mãos do Estado Islâmico através de leilões de escravas. Estas são raptadas das suas aldeias natais e vendidas, nuas, a militantes do grupo terrorista. Os líderes têm prioridade na escolha, seguidos dos emirs (comandantes) e dos combatentes.

Cada jihadista compra, em média, três ou quatro mulheres. Estas são mantidas durante alguns meses até que são novamente vendidas, assim que se cansam delas. De acordo com Zainab Bangura, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a violência sexual em cenários de conflito, uma rapariga chegou a ser vendida 22 vezes. Numa das mãos, tinha escrito o nome de um líder jihadista, para que todos soubessem que era sua “propriedade”.

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