A DHL continua à espera de uma solução para construir um novo terminal no aeroporto de Lisboa, um investimento de 10 milhões de euros, que diz ser vítima da indefinição em relação à manutenção da infraestrutura na Portela.

“Estamos à espera de uma solução. Queremos fazer o investimento em Lisboa, mas precisamos que o Governo e o aeroporto nos ajudem”, afirmou à Lusa o diretor de operações da DHL Express, Roy Hughes, num encontro com jornalistas em Leipzig, na Alemanha, onde está instalado o principal ‘hub’ da gigante da logística.

O vice-presidente da DHL explicou à Lusa que o investimento em Lisboa começou por ser vítima da indefinição em relação à continuação da aeroporto na Portela, incompatível com “um projeto a longo prazo, de no mínimo 15 anos”.

Há mais de três anos que as negociações com a ANA, empresa gestora dos aeroportos portugueses, e com o Governo para a aquisição ou aluguer de um terreno para a construção de um novo ‘hub’, à semelhança do investimento realizado no aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, se arrastam.

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Desde a inauguração do terminal de carga aérea no Porto, um investimento superior a cinco milhões de euros, a atividade mais do que duplicou, adiantou o responsável, esperando que o mesmo venha a acontecer em Lisboa.

“A DHL é líder de mercado, mas se não queremos perder a nossa posição, temos que criar uma plataforma para o crescimento, que levará certamente à criação de emprego”, explicou Roy Hughes.

Neste momento, a DHL Express tem em curso 40 projetos de investimento, num investimento total de 1,3 mil milhões de euros.

Os planos da multinacional para Lisboa são ainda mais ambiciosos: “Fazer de Lisboa um ‘hub’ importante no transporte de mercadorias para África”.

Rejeitando a hipótese de desistir do investimento em Portugal, o responsável admite que existem outras possibilidades para reforçar a ligação entre a Europa e o continente africano, nomeadamente o aeroporto de Marselha (França), podendo o projeto em Lisboa perder essa vocação.

A DHL Express tem três grandes ‘hub’ – Leipzig, Hong Kong e Cincinatti – e 19 terminais considerados regionais, que servem 2,6 milhões clientes em 220 países.

A empresa do grupo Deutsche Post DHL emprega, atualmente, 83.000 pessoas, sendo líder no transporte aéreo de mercadorias em todos os mercados à exceção da América, liderado pela FedEx.

Ainda assim, o continente europeu é o principal mercado, onde estão mais de metade dos clientes (1,5 milhões de clientes), servindo mais de 60 países.