A Força Aérea Portuguesa justifica os “constrangimentos” verificados com o estacionamento de aeronaves civis na base das Lajes, nos Açores, com a ausência “momentânea” de condições de operação.

Num comunicado emitido na sequência das críticas feitas pelo Governo dos Açores e por alguns partidos políticos, dando conta de situações registadas esta semana no aeroporto das Lajes com aviões da TAP e da Sata, a Força Aérea assegura que os casos ocorridos foram pontuais.

“Tratando-se a Base Aérea n.º 4 de uma infraestrutura aeronáutica militar, a situação em apreço ficou a dever-se ao facto de não se encontrarem momentaneamente reunidas as condições de operação aplicáveis a aeronaves civis, designadamente a necessidade de equipamentos destinados a passageiros com mobilidade reduzida”, adianta o comunicado.

A Força Aérea Portuguesa afirma, porém, que o “essencial” é que se discutam e se definam os mecanismos de “articulação junto dos responsáveis pela aerogare civil”, no sentido de se “agilizarem os procedimentos” legalmente em vigor e assim evitar este tipo de situações no futuro.

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“Sem prejuízo da antecedência legalmente prevista para apresentação deste tipo de solicitações por parte dos operadores aéreos civis, a Força Aérea, através do comandante da Zona Aérea dos Açores, tomará as medidas ao seu alcance no sentido de agilizar tanto quanto possível futuras situações desta natureza”, refere ainda a Força Aérea.

O secretário do Turismo e Transportes dos Açores, Vítor Fraga, enviou uma carta ao comandante da Zona Aérea dos Açores, considerando “intolerável” os sucessivos constrangimentos verificados no estacionamento de aeronaves civis na Base das Lajes.

Vítor Fraga recordou que o parqueamento na aerogare civil das Lajes (onde aterram os aviões comerciais que passam na ilha Terceira) ocorre preferencialmente numa área específica (a placa C) e que as situações de congestionamento são resolvidas com o centro de operações aéreas da base, mas indica que se têm “verificado, recorrentemente, impedimentos na utilização” das outras cinco placas de estacionamento da infraestrutura.

“O centro de operações aéreas da base tem mantido uma posição muito pouco flexível na autorização da utilização de outras placas […], situação que não é de todo compatível com as necessidades das companhias aéreas que voam para a ilha Terceira nem dos passageiros transportados por estas, já para não falar da má imagem”, lê-se na missiva, datada de quinta-feira.

A situação já tinha sido também criticada pelo líder regional do CDS-PP, Artur Lima, que entende que estes episódios poderão dar origem a um “estrangulamento” do desenvolvimento económico da ilha Terceira.

A situação mais recente ocorreu na manhã de quinta-feira, quando um avião da TAP esteve parado meia hora, com os motores ligados e 144 passageiros a bordo, à espera de um lugar na placa C, já que não foi autorizada a operação noutra placa.

Também um avião da Sata Internacional esteve há dias parado cerca de uma hora no aeroporto das Lajes, também com os motores ligados e com passageiros no interior, a aguardar por um espaço de estacionamento.