A expressão “ver tudo negro” tem, afinal, uma explicação científica. Um estudo da Psychological Science agora divulgado mostra que o facto de nos sentirmos tristes ou alegres altera a nossa perceção das cores.

Os investigadores, liderados por Christopher Thorstenson, da universidade norte-americana de Rochester, em Nova Iorque, fizeram duas experiências separadas, uma para as pessoas felizes e tristes, outra para aquelas que se sentiam tristes ou neutras.

O primeiro passo foi manipular os sentimentos de cada um dos 150 participantes. Para provocar alegria, os participantes viram vídeos de comédia. Para a tristeza, viram um excerto do filme da Disney “O Rei Leão”, nomeadamente a parte em que Mufasa morre e o pequeno Simba chora.

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Depois, todos tiveram de se submeter à mesma prova de perceção de cor, vendo uma amostra de tonalidades pálidas, de cores tão pouco saturadas que se assemelhavam ao cinzento.

As conclusões mostraram que o grupo que tinha visto imagens neutras ou divertidas mantinha-se igual. Ao contrário, as pessoas que tinham visto a cena triste do Rei Leão mostraram problemas de discernimento no que toca às cores do eixo azul-amarelo. Já dentro do eixo vermelho-verde, a perceção manteve-se intacta.

Não é a primeira vez que a ciência se ocupa da relação entre as emoções e a influência no processamento da visão. O facto de a sensibilidade ao contraste é um processo visual básico envolvido na perceção da cor, Christopher Thorstenson e os restantes investigadores questionaram-se se não haveria uma ligação entre a tristeza e a nossa capacidade pra ver a cor. Agora já sabe: se o dia lhe estiver a parecer mais cinzento do que à maior parte das pessoas, talvez esteja a precisar de se animar.

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