O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici, afirmou este sábado que não está inquieto com o resultado das eleições na Grécia porque continua a haver um amplo apoio aos partidos que defenderam o terceiro resgate ao país.
“Não, não tenho inquietação”, afirmou o comissário quando chegava ao segundo dia do Ecofin informal que se reúne no Luxemburgo, ao qual se seguirá um encontro dos ministros da Economia e das Finanças da zona euro (Eurogrupo), durante o qual será debatida a situação da Grécia, a oito dias das eleições antecipadas de 20 de setembro.
“É preciso deixar os eleitores votar, são livres na sua eleição, é a soberania nacional que se exerce, o exercício democrático. O que sei é que o programa foi adotado em agosto com umas ações prioritárias e adotadas por uma ampla maioria”, afirmou.
“Não sei que partido ganhará, não sei que coligação se formará, mas a minha sensação se olho para as sondagens é que ainda há uma imensa maioria nos partidos que apoiaram o processo que consiste em ter um programa” de resgate, adiantou.
O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, instou tanto as autoridades gregas como os credores a “continuarem o trabalho”, à espera da realização das eleições e da formação de um novo Governo.
“Vamos ouvir a situação” no país, disse Dijsselbloem, referindo-se à exposição sobre os avanços desde a convocação das eleições que o ministro das Finanças grego, Yorgos Juliarakis, deverá apresentar durante o Eurogrupo.
“Creio que é importante que os preparativos na Grécia continuem enquanto a situação política continua a ser incerta de momento, o trabalho tem de avançar o mais possível”, sublinhou o também ministro das Finanças holandês.
Dijsselbloem sublinhou que isto também se aplica às entidades credoras, defendendo que estas também se têm de preparar para a primeira avaliação do cumprimento das condições incluídas no programa de resgate, prevista para o início de outubro.
O Syriza e a Nova Democracia continuam praticamente empatados nas sondagens, a oito dias das eleições antecipadas gregas, salvo uma que dá uma vantagem de cinco pontos percentuais ao partido de esquerda.
Numa sondagem da Universidade da Macedónia para a cadeia privada Skai, o Syriza obtém 28,5% dos votos, contra a Nova Democracia, que consegue 27,5%.
Um outro estudo de opinião, do instituto GPO para a cadeia Mega, dá uma margem mínima de 0,2 pontos ao Syriza, que obtém 26% das intenções de voto, contra 25,8% para a Nova Democracia.
A sondagem do Metron Analysis, para o jornal Parapolitika, dá ao Syriza 25% e à Nova Democracia 24,7%.
A sondagem do instituto Pro Rata, para o diário de esquerda Efimerida ton Syntaktón, é a única que se afasta desta tendência ao dar ao Syriza uma vantagem de cinco pontos percentuais, ou seja 28,5% contra 23,5% para os conservadores.
Entretanto, todas as sondagens continuam a indicar o partido neonazi Amanhecer Dourado como terceira força, com uma percentagem de votos entre os 4,9% e 7%.
Conforme as sondagens, a percentagem de indecisos varia entre 10% 15,5%.
Segundo a análise do GPO, a votação da Nova Democracia é muito mais estável que a do Syriza porque tem 80% de eleitores fiéis, enquanto a formação de Alexis Tsipras apenas tem 60%.