O presidente da Associação Portuguesa de Urologia (APU) denunciou este domingo a falta de equidade no acesso a medicamentos inovadores dos doentes com cancro na próstata em estado avançado, uma vez que só alguns hospitais públicos os disponibilizam. Em causa estão os medicamentos mais inovadores contra o carcinoma da próstata em estado avançado, os quais custam, em média, 3 mil euros por mês por doente.

Segundo Arnaldo Figueiredo, estes fármacos são administrados em alguns hospitais públicos, mas nem todos estão disponíveis em todos os institutos portugueses de oncologia. Para o presidente da APU, esta é uma situação “muito injusta” e que faz com que alguns doentes tenham de fazer mais quimioterapia ou receber apenas cuidados paliativos, quando podiam ter mais alguns anos de vida, com os fármacos inovadores.

A decisão de administrar ou não estes medicamentos é dos conselhos de administração dos hospitais, os quais alegam que, por se tratar de um fármaco de dispensa em ambulatório, não são obrigados a disponibilizar.

O cancro da próstata é o tumor maligno mais frequente no homem adulto. Na segunda-feira tem início a Semana de Alerta para as Doenças da Próstata, uma ação promovida pela APU e que pretende sensibilizar a população masculina para a importância deste tumor e da sua prevenção.

Segundo a APU, “a vigilância médica periódica é essencial para despistar o cancro da próstata, uma vez que este não apresenta sintomas numa fase inicial”. “Apesar de ser a segunda causa de morte por cancro no homem nos países ocidentais, a sua possibilidade de cura é de 85% quando detetado precocemente”.

Em Portugal, o cancro da próstata atinge anualmente entre 3.500 a 4 mil portugueses. Destes, 1.800 acabam por morrer.

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