Histórico de atualizações
  • Terminamos aqui o liveblog sobre a crise dos refugiados. Estivemos a acompanhar em direto a reunião dos Ministros da Administração Interna e da Justiça da Europa em Bruxelas, que acabaram por não chegar a um acordo sobre a distribuição dos 120 mil refugiados. A decisão foi adiada para 8 de outubro.

    Continuaremos amanhã a acompanhar os desdobramentos da crise e esperamos continuar a contar consigo no Observador.

    Boa noite!

  • Já o ministro do Interior de França, Bernard Cazeneuve, afirmou esta noite aos jornalistas em Bruxelas que “cinco países não podem receber unicamente todos os emigrantes”. De acordo com a proposta que estava sobre a mesa esta segunda-feira, o país receberia cerca de 24 mil pessoas este ano.

    Não há uma Europa a la carte. A solidariedade não é divisível”, disse.

  • O ministro do Interior de Espanha, Jorge Fernández Díaz, afirmou esta noite aos meios de comunicação do país que o governo poderá receber até 35.000 pedidos de asilo em 2015.

  • Anabela Rodrigues: "Portugal apoiou a proposta de recolocação dos refugiados"

    Portugal apoiou a proposta de recolocação de 120 mil refugiados apresentada pela Comissão Europeia. Em entrevista à agência Lusa, a ministra da Administração Interna, Anabela Rodrigues, revelou esta noite que Portugal “manifestou desde o primeiro momento disponibilidade para participar no esforço de acolhimento dos refugiados” e que “a proposta da Comissão seria aceite pelo país, mas uma decisão jurídica da União ficou adiada”.

    Anabela Rodrigues rejeitou ainda assim que se esteja a assistir a mais um falhanço da UE, considerando que a União Europeia “está a dar passos seguros, firmes”, e a “caminhar no sentido de encontrar a melhor solução”.

    Questionada sobre se Portugal aceita a “quota” de cerca de três mil refugiados que consta da proposta da Comissão, Anabela Rodrigues confirmou que a proposta da Comissão “encontrou da parte de Portugal uma resposta positiva e a maior abertura para contribuir para a solução”.

    Sobre quando poderão os primeiros refugiados chegar a Portugal, apontou que estão em curso os procedimentos necessários, até porque, vincou repetidamente, “é preciso condições para receber as pessoas com dignidade”.

    Fonte: Lusa

  • Jean Asselbron, ministro luxemburguês da Imigração que liderou o conselho extraordinário de ministros do Interior, falou aos jornalistas esta noite em conferência de imprensa que a União Europeia deve aumentar a cooperação com a Turquia para o controlo da entrada de emigrantes.

    A situação é dramática e não temos tempo a perder. Um problema comum requer uma resposta conjunta”, disse.

  • O comunicado também adverte sobre a decisão de fechar fronteiras como resposta à crise:

    A União Europeia só pode funcionar se todo mundo jogar de acordo com as regras. O sistema Schengen e todos os seus benefícios só podem ser preservados se os Estados-Membros da UE trabalharem juntos rapidamente, com responsabilidade e solidariedade na gestão da crise dos refugiados. Temos de manter abertas as fronteiras entre os Estados-Membros da UE, mas ao mesmo tempo precisamos também de fortes esforços conjuntos para proteger nossas fronteiras externas.”

  • A Comissão Europeia já divulgou um comunicado de imprensa sobre a reunião dos Ministros da Administração Interna e da Justiça da Europa.

    O documento diz:

    “Hoje demos um primeiro passo adiante como uma União na crise dos refugiados. No entanto, este é apenas o começo e é preciso fazer mais para lidar com os enormes desafios que a Europa e os seus cidadãos estão a enfrentar no momento”.

  • O jornal El Mundo avança que Hungria, República Checa e Eslováquia travaram o acordo, enquanto Polónia e Roménia discordaram parcialmente das propostas.

    A publicação explica ainda que, caso os ministros do interior da União Europeia não cheguem a uma acordo até o dia 8 de outubro, a decisão será tomada a partir de uma votação com maioria qualificada.

  • Ministros em Bruxelas não chegam a acordo sobre a distribuição de refugiados

    Os ministros do interior da União Europeia não chegaram esta segunda-feira a um acordo sobre a distribuição dos 120.000 refugiados que chegaram na Hungria, Grécia e Itália nos últimos dias. A decisão foi adiada para 08 de outubro, segundo fontes europeias citadas pela imprensa internacional.

  • Já o New York Times dá os números das principais causas de morte na Síria:

  • A página Eyewitness News explicou a proposta de quotas que a União Europeia propõe aos estados-membros, a partir de números da agência AFP:

  • A Organização Internacional para as Migrações (OIM) contou o número de migrantes e refugiados que chegaram à Europa em 2015 e o número de mortos durante a travessia do Mediterrâneo:

  • Aproveitamos a noite para repassar algumas infografias da imprensa mundial sobre a crise dos refugiados. A agência Efe explica as rotas dos migrantes que fogem da Síria:

  • A ministra da Agricultura, Alimentação e Meio Ambiente de Espanha, Isabel García Tejerina, avançou à agência Efe esta segunda-feira que o país vai destinar os seus excedentes de leite no mercado europeu para cobrir as necessidades dos refugiados.

  • Um antes muito parecido ao depois. Esta pode ser uma das frases para descrever a fotogaleria que o Observador preparou sobre refugiados. São mais de 20 imagens em que se comparam imagens atuais com as de crises do passado — como a fuga de pessoas durante a Guerra Civil de Espanha ou a Segunda Guerra Mundial. Pode vê-la aqui.

  • Jerónimo Martins: a Alemanha e "a senhor Merkel" mandam na Europa

    O secretário-geral do PCP afirmou esta segunda-feira que as recentes decisões de controlo das fronteiras europeias face à crise de refugiados do Médio Oriente confirmam que Alemanha e a sua chanceler, Angela Merkel, “mandam na União Europeia”.

    “Esta decisão unilateral da Alemanha também demonstra que – tendo em conta as afirmações de PS, PSD e CDS, de que era preciso consultas aos outros países – afinal, na União Europeia (UE), há quem mande. Mais uma vez, confirmou-se que a Alemanha e a senhora Merkel mandam em relação à própria UE”, disse Jerónimo de Sousa, à margem de um encontro com mulheres, em Lisboa.

    Segundo o líder comunista, é preciso “ir às causas deste fluxo tão grande”, referindo-se às “intervenções militaristas na Líbia, Iraque e Síria”, onde “alguns países da Europa foram parte interessada na pilhagem de recursos, designadamente o petróleo”.

    “Esta decisão da Alemanha e, creio agora, da Áustria, veio confirmar que essa ideia de uma Europa solidária não existe. Afinal, a livre circulação de pessoas serviu apenas para dar cobertura ao grande objetivo, que era a livre circulação de capitais”, criticou, defendendo que Portugal tem de manter a sua “tradição democrática de acolhimento” e receber pessoas, “em conformidade com as possibilidades do país e suas dificuldades económicas e sociais”.

    A Alemanha anunciou no domingo a introdução de controlos das fronteiras, para “conter o afluxo de refugiados”, exemplo hoje seguido pela Áustria. Outros Estados-membros, incluindo a Bélgica, ponderam fazer o mesmo.

    Entretanto, a nova lei de imigração da Hungria prevê penas de prisão de três anos para quem entrar ilegalmente no país e entra em vigor às 00h de terça-feira.

    Fonte: Lusa

  • Se quiser ver como era, e é hoje, o aeroporto de Tempelhof, pode espreitar aqui a fotogaleria que o Observador preparou.

  • Um dos campos de refugiados que a UE planeia construir na Europa será erguido em Berlim. Onde? No antigo aeroporto de Tempelhof, construído durante a era nazi da Alemanha. A informação foi avançada há momentos por Justin Huggler, correspondente do Daily Telegraph que está sediado na capital germânica.

    BERLIN - JUNE 29:  Clouds hang over Tempelhof Airport June 29, 2007 in Berlin, Germany. Tempelhof Airport, first built in 1923 and extended into its current form between 1936 and 1941, is the biggest single building in Europe. It was used by Allied troops in 1948 during the Berlin Airlift, when Allied airplanes supplied West Berlin with essentials during a blockade by Soviet forces. Though the airport is still in use, city authorities recently rejected an investment proposal by U.S. investors Ronald Lauder and Fred Langhammer, choosing instead to decomission the airport in 2008. Consruction has begun on expanding Berlin's Schoenefeld Airport, whose increased capacity will replace Tempelhof.  (Photo by Sean Gallup/Getty Images)

    Foto: Sean Gallup/Getty Images

    Serão utilizados dois antigos hangares do aeroporto para albergar perto de 1.200 refugiados. Aquando da sua criação, em 1923, Tempelhof era um dos maiores aeroportos do mundo.

  • Já há várias imagens disponíveis do momento em que as autoridades húngaras, ao início desta tarde, começaram a barrar a passagem aos refugiados vindos da Sérvia.

    Foto: ATTILA KISBENEDEK/AFP/Getty Images

    Foto: ATTILA KISBENEDEK/AFP/Getty Images

  • Guterres diz aos 28 que é tempo de UE "pôr a casa em ordem"

    O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados disse hoje aos ministros do Interior da União Europeia, reunidos em Bruxelas, que “é mais do que tempo” de a Europa acordar uma estratégia e “pôr a casa em ordem”.

    Em declarações à imprensa depois de se ter dirigido aos 28, no início de uma reunião na qual os ministros do Interior da União Europeia discutem o plano de repartição de mais 120 mil refugiados proposto pela Comissão Europeia, António Guterres defendeu que esse mecanismo deveria ter um cariz vinculativo, mas sublinhou que o fundamental é que a UE, a partir de hoje, encontre soluções para pôr fim a uma situação de “caos e de confusão” no seu interior, da qual é em grande parte responsável.

    “Eu acho que as divisões que têm existido na Europa nesta matéria estão largamente na base da situação de caos e de confusão a que continuamos a assistir, e que espero, porque já é mais do que tempo de o fazer, que a partir deste Conselho comecem a ser invertidas”, declarou o alto comissário da ONU.

    Segundo Guterres, “a Europa estava totalmente impreparada” para os fluxos que se verificaram, sobretudo devido à guerra na Síria, “e o movimento tem ocorrido de uma forma perfeitamente caótica, com grande sofrimento para as pessoas, com uma má imagem para a UE, e ao mesmo tempo criando um paraíso para traficantes e contrabandistas”.

    “Vivemos numa situação de caos e de confusão no interior da UE e é absolutamente necessário que este Conselho seja um passo decisivo para pôr a casa em ordem e permitir à Europa dar uma resposta adequada aos desafios que lhe são colocados por esta crise migratória e de refugiados”, frisou, apontando que “o drama da situação atual é que cada país toma as suas medidas”.

    Para o responsável das Nações Unidas, com diferentes políticas “corre-se o risco de ter refugiados a andar de um lado para o outro e a cair num limbo de natureza legal”, pelo que “o que é indispensável é que nos pontos de entrada haja uma receção eficaz e depois haja uma distribuição justa por todos os Estados europeus”.

    “É portanto absolutamente indispensável que nos países de entrada – Grécia, Itália e Hungria – haja centros de receção onde seja dada uma assistência adequada às pessoas, onde seja feita a seleção daqueles que têm necessidade de proteção, e, depois, que todos os Estados europeus aceitem que a partir do ponto de entrada eles sejam relocalizados (…) Creio que este Conselho tem uma oportunidade fundamental para começar a inverter este estado de coisas”, insistiu.

    Por fim, e vincando que o acolhimento de refugiados é “obrigatório” por lei, António Guterres considerou que o mecanismo de repartição que está a ser discutido na UE, através de um sistema de quotas, “deveria ser obrigatório”, mas que se não for possível chegar a um acordo quanto ao cariz vinculativo, tal não pode ser desculpa para não se chegar a um compromisso.

    “Se tiver que ser voluntário, então que aqueles que participem neste mecanismo se organizem de tal forma que possam cobrir as necessidades de todos aqueles que chegam à Europa”, defendeu o alto comissário da ONU para os Refugiados, que na terça-feira participará numa audição no Parlamento Europeu e tem previsto um encontro com o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.

    Fonte: agência Lusa

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