A eleição de Jeremy Corbyn como novo líder do partido trabalhista britânico continua a dar que falar no Reino Unido, desta vez com os líderes dos maiores sindicatos britânicos a ameaçarem com novas greves e manifestações com o objetivo de derrubar o Governo de David Cameron e colocar Corbyn no poder. Os sindicatos estão furiosos com uma nova proposta de lei que vai dificultar greves.

Já lhe chamam de “terramoto” na política britânica e as réplicas não parecem ter menos força. O apoio dos sindicatos britânicos a Jeremy Corbyn não é novidade, mas depois da eleição no sábado do novo líder dos trabalhistas (com quase 60% dos votos), agora os sindicatos ameaçam com um braço-de-ferro para afastar o Governo britânico, eleito há menos de seis meses.

Mark Serwotka, líder do sindicato dos serviços públicos e comerciais, fez mesmo um apelo aos seus 6,5 milhões de membros para que saiam para a rua para apoiar a pretensão de Jeremy Corbyn de chegar ao número 10 de Downing Street com greves, demonstrações, campanhas a nível local e ocupações.

“Temos capacidade para parar a austeridade, derrubar este governo e garantir que temos uma sociedade mais justa”, disse o sindicalista, citado pela imprensa britânica.

Alterações à lei da greve

A eleição de Jeremy Corbyn deu força às pretensões dos sindicatos, mas a luta não se fica apenas pelos traços gerais da política de David Cameron. Hoje, no Parlamento britânico, serão discutidas alterações à lei que regula as greves no Reino Unido,  e os sindicatos estão furiosos com as alterações em cima da mesa.

A proposta de lei exige, por exemplo, que qualquer greve tenha de ter o apoio, através de uma votação, de pelo menos 50% dos membros com direito de voto. Ou seja, pelo menos metade dos membros do sindicato têm de comparecer na votação e votar a favor da greve para que esta seja legal. Nas greves no setor público, este mínimo é de 40%. Atualmente, uma greve pode ser convocada se a maioria dos votos forem a favor, sem ter em conta a abstenção.

Em discussão está também o aumento de sete para 14 dias da antecedência com que os sindicatos têm de apresentar um aviso prévio para a realização de uma greve, dar permissão às empresas para usarem trabalho temporário para substituir pessoas em greve e introduzir multas de 20 mil libras aos sindicatos caso os piquetes de greve não usem identificação oficial.

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