Histórico de atualizações
  • Terminamos aqui o liveblog sobre a crise dos refugiados com o aumento da crispação política entre os governos da Hungria, Áustria e Sérvia. Continuaremos a acompanhar amanhã os últimos desdobramentos.

    Neste link é possível reler todos os artigos e especiais que o Observador dedicou ao assunto.

    Agradecemos a preferência e esperamos continuar a contar consigo no Observador.

    Boa noite!

  • Refugiados à espera da reabertura da fronteira da Sérvia com a Hungria

    A agência Lusa noticia que centenas de refugiados, que estavam esta terça-feira bloqueados na Sérvia, mantêm a determinação de prosseguir o seu caminho para a Alemanha, com alguns a esperarem a eventual reabertura da fronteira húngara e outros a pensarem contornar a Hungria.

    A informação foi confirmada à AFP por uma fonte do Alto-Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados, em Presevo, mas não por qualquer fonte oficial sérvia.

    Em Belgrado, a maior parte dos refugiados interrogados pela AFP assegurou que preferem esperar a reabertura da fronteira pelos húngaros, mais do que seguir por outras rotas.

    “Disseram-nos que havia um caminho pela Croácia e Eslovénia, mas também nos disseram que se a polícia eslovena nos apanhasse mandava-nos de volta opara a Sérvia, e até para o Afeganistão”, afirmou Alisina à AFP, um adolescente afegão, de 15 anos, que interrompeu a sua marcha em Belgrado. “Não podemos fazer marcha atrás. Eu perdi a minha família, os meus pais, um irmão e uma irmã. Não tenho sítio para onde ir”, declarou.

  • A Agência AP avança que o ministro do Interior da Áustria, Thomas de Maizière, afirmou esta noite que nenhum dos refugiados que chegaram ao país através da fronteira com a Hungria será encaminhado de volta ao território húngaro. O comentário surge no contexto do anúncio que a Áustria fez esta terça-feira sobre a imposição temporária de controlos fronteiriços com outros Estados-Membros da União Europeia, em especial com a Hungria.

    O ministro disse ainda que a Áustria vai continuar a receber pedidos de asilo e que os refugiados poderão seguir o seu caminho em direção à Alemanha, caso desejem.

  • Primeiro-ministro da Roménia critica decisão da Hungria

    Arame farpado, leis agressivas, prisão e brutalidade não vão resolver o problema”.

    Foi desta maneira que reagiu o primeiro-ministro da Roménia, Victor Ponta, na sua página no Facebook esta noite sobre a notícia de que a Hungria fechou o acesso ao país a partir da fronteira romena.

    Victor disse que “os políticos da Hungria são uma vergonha para a cultura e para os valores da União Europeia” e que “não são melhores do que os líderes da Síria, Líbia ou de outros países de onde vêm os refugiados”.

  • O Governo da Madeira afirmou esta terça-feira que “irá acompanhar o esforço nacional de acolhimento de refugiados de guerra”. Num documento divulgado com o objetivo de “esclarecer a população acerca do acolhimento de refugiados no arquipélago”, o executivo insular salienta que “não foi ainda definido o número, nem os países de origem dos refugiados” que serão recebidos na região autónoma, realçando que podem ser de várias nacionalidades e religiões.

    O Governo regional também sublinha que será levada em conta “a capacidade [da Madeira], enquanto região insular, para acolher e integrar esse número, sem qualquer transtorno a nível social e económico”.

    Os madeirenses vão “ajudar, dentro das possibilidades, todos os que sofrem perseguições políticas, religiosas e que a todo o custo tentam sobreviver a regimes radicais, salvando a vida dos seus e, sobretudo, das suas crianças à procura de um futuro sem balas, sem extermínio”, conclui o comunicado.

    Fonte: Agência Lusa

  • A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) exigiram à União Europeia esta terça-feira o estabelecimento de rotas de entrada seguras para os refugiados e a adoção de soluções eficazes para acolher os requerentes de asilo.

    A organização considerou urgente a existência de “formas de acesso legal que permitam aos refugiados chegar à Europa de forma segura”, referiram representantes da organização em conferência de imprensa após terem participado num debate sobre imigração no Parlamento Europeu.

    A coordenadora de Situações de emergência dos MSF, Lindis Hurum, indicada para discursar no hemiciclo europeu, falou perante “uma sala vazia” e lamentou que a muitos dos eurodeputados “lhes importe mais irem comer que [a crise] os refugiados”.

  • República Checa admite pôr exército a defender a fronteira

    O Primeiro-Ministro checo Bohuslav Sobotka diz estar preparado para mandar o exército proteger as fronteiras contra a entrada de migrantes. Dirigido-se ao parlamento, admite pôr em prática a medida caso a polícia não consiga conter o fluxo de migração.

    A República Checa, a par com a Eslováquia, Hungria e Polónia, formam o principal bloco de oposição ao estabelecimento por parte da UE de quotas de acolhimento de refugiados.

  • Luxemburgo convoca reunião extraordinária para 22 de setembro

    A presidência semestral luxemburguesa da UE marcou hoje uma reunião extraordinária de ministros do Interior para o próximo dia 22 de setembro, para tentar um acordo entre os 28 Estados-Membros sobre a crise dos refugiados e migrantes.

    De acordo com a Lusa, a missão é adotar “uma decisão sobre um mecanismo provisório” de distribuição de mais 120 mil refugiados que estão atualmente nos países mais expostos ao fluxo migratório sem precedentes: Grécia, Itália e Hungria.

    Na reunião extraordinária de segunda-feira dos ministros do Interior os ’28’ foram incapazes de chegar a um acordo sobre o plano de redistribuição de mais 120 mil refugiados proposto pela Comissão Europeia, que Portugal apoiava, sobretudo devido a entraves colocados por Hungria, Polónia, República Checa e Eslováquia.

    Na ocasião, tinha já sido agendado novo encontro para 08 de outubro.

  • Roménia acusa Hungria de ir contra o espírito da UE

    O ministro romeno dos Negócios Estrangeiros reprova a decisão da Hungria de erguer arame farpado ao longo da fronteira entre o dois países, depois de já ter feito o mesmo com a Sérvia.

    “Construir uma barreira [de arame farpado] entre dois Estados-Membros que são parceiros estratégicos não é uma atitude justa”, disse, de acordo com a Associated Press.

  • Bragança quer refugiados para repovoar aldeias

    A Santa Casa da Misericórdia de Bragança apresentou hoje um projeto para fixar na região refugiados que venham a ser acolhidos em Portugal e, dessa forma, ajudar a repovoar as aldeias do concelho.

    Não se trata da resposta à emergência de acolhimento dos cidadãos que estão a chegar à Europa, mas da fase seguinte de integração daqueles que quiserem permanecer no país e concretamente fixarem nesta região, como explicou à Lusa o provedor Eleutério Alves.

    O projeto assenta em fazer um levantamento dos edifícios disponíveis nas aldeias, desde casas do povo, dos antigos cantoneiros, escolas abandonadas e outros, e proceder à sua requalificação para alojar as famílias de refugiados.

    Além da resposta humanitária, a iniciativa tem também como propósito “inverter a situação demográfica do concelho de Bragança, fixando aqui famílias que possam elas próprias dinamizar, melhorar, as freguesias rurais”.

    Se não há gente de Portugal que queira vir para cá, que possam vir outros, que tragam crianças e que repovoem a nossa região e que se fixem cá. O grande objetivo do projeto é inverter a desertificação das nossas aldeias trazendo para cá gente”, sublinhou.

  • Guterres: "As divisões no seio da UE começam infelizmente a repetir-se"

    Guterres encontrou-se hoje com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Deixa Bruxelas com um “duplo sentimento”: de frustração por a União Europeia tardar em responder à atual crise, mas de determinação em encontrar soluções alternativas.

    Foi “muito desagradável ver que o Conselho Europeu de ministros dos Assuntos Internos não foi capaz de tomar um conjunto de decisões absolutamente essenciais, que estariam longe aliás do desejável, mas que seriam a base mínima para haver uma resposta europeia à crise que a Europa enfrenta de movimentos de refugiados e de imigrantes”, disse.

    Mas ao mesmo tempo mantém o sentimento “de determinação”, na medida em que não é possível assistir “a este impasse sem agir”. “Por isso a proposta que fiz ao presidente da Comissão, aos diferentes comissários e à Alta Representante (da UE para os Negócios Estrangeiros) é que se passe imediatamente a um plano B”, apontou.

    O alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados defende então um plano alternativo que passe pela criação e capacitação de centros de receção, sobretudo na Grécia, e através de um acordo com a Sérvia, e “imediata recolocação” de refugiados – dos 40 mil já aprovados formalmente, mas também eventualmente antecipando já quotas dos países “que já disseram que aceitariam participar” no acolhimento de mais 120 mil.

    Segundo o responsável da ONU, “as divisões no seio da UE começam infelizmente a repetir-se a propósito de muitos temas e essa é uma tragedia para a Europa”. “Se a Europa não for capaz no mundo de hoje”, com tantos desafios de vária ordem, “de agir unida, a Europa perderá cada vez mais relevo na comunidade internacional e acabará por ter uma influência cada vez menor naquilo que se passa no mundo”, advertiu.

  • O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, defendeu em Paris, que “a Europa precisa de tomar medidas que envolvam os países todos” no que toca ao acolhimento dos refugiados.

    “Estamos num momento crucial para a vida da Europa. É a ocasião oportuna para manifestar solidariedade perante o problema das migrações e demonstrar também que a nossa posição é claramente a favor daqueles que pretendem resolver ou mitigar de uma forma decisiva a questão humanitária das migrações”, declarou, citado pela Lusa.

    Questionado sobre o controlo temporário das fronteiras por parte da Alemanha (e agora da Áustria), o ministro sublinhou que Berlim foi “obrigada momentaneamente a fechar fronteiras” perante “a avalanche e a velocidade” a que estão a chegar os imigrantes, considerando que este país, em primeiro lugar, afirmou uma “declaração de princípios extremamente generosa”.

  • Bashar al-Assad sobre a crise dos refugiados na Europa: "Deixem de apoiar os terroristas

    O Presidente sírio, Bashar al-Assad, disse hoje que a União Europeia pode travar a avalancha de refugiados “se deixar de apoiar os terroristas” que combatem o seu regime, numa entrevista divulgada hoje pela imprensa russa.

    “A questão não é se a Europa recebe ou deixa de receber os refugiados, mas a necessidade de acabar com a origem do problema. Se os europeus estão preocupados com o destino dos refugiados, que deixem de apoiar os terroristas”, afirmou.

    A Síria está em guerra civil desde 2011, na sequência da Primavera Árabe. Por terroristas, Assad refere-se aos rebeldes que o querem tirar do poder. Entretanto, parte do país foi tomada pelo Estado Islâmico.

    Assad defendeu que as forças políticas sírias devem “continuar com o diálogo para alcançar um consenso”, mas frisou que “é impossível ser bem-sucedido se continuarem a morrer pessoas, se continuarem o derramamento de sangue e a insegurança”.

  • Áustria reintroduz controlos fronteiriços a partir de amanhã

    A Áustria anunciou que vai impôr, temporariamente, controlos fronteiriços com outros Estados-Membros da União Europeia, em especial na fronteira com a Hungria, mas também nas fronteiras com a Itália, Eslováquia e Eslovénia.

    A decisão surge dois dias depois de a Alemanha ter feito o mesmo, no sentido de “conter o afluxo de refugiados chegados à Alemanha”.

    Bruxelas já reagiu. Em comunicado, diz ter sido notificada da decisão e lembra que se trata de uma “medida de caráter excecional”, prevista pelo Código das Fronteiras Schengen em caso de situações de crise.

    “Após uma primeira análise, a atual situação naquele Estado-Membro parece estar abrangida por esta cláusula, tendo as medidas hoje adotadas pela Áustria um caráter provisório, tal como as adotadas pela Alemanha a 13 de setembro.”, conclui.

  • A tia de Aylan Kurdi, o menino sírio que morreu numa praia turca e cuja fotografia correu o mundo, falou para lembrar que “não é demasiado tarde para salvar outros refugiados”.

    A síria que mora no Canadá falou hoje em Bruxelas para pedir que os países se entendam, no sentido de se evitarem mais mortos.

    A 2 de setembro, Tima Kurdi perdeu parte da família, que tentava fugir da guerra na Síria. O irmão, Abdullah, foi o único sobrevivente, mas teve de regressar para a cidade síria de Kobani. Tima quer agora levá-lo para o Canadá.

  • Sérvia diz não ter capacidade para se tornar num "centro de chegadas"

    No primeiro dia em que a Hungria analisou pedidos de asilo após a entrada em vigor da lei, recusou-os todos. O que significa que estas pessoas serão obrigadas a regressar ao último país por onde passaram, ou seja, a Sérvia. Belgrado recusa e lembra que já está a rebentar pelas costuras com os migrantes que viajam desde a Grécia e Macedónia.

    “É inaceitável, porque estaríamos a transformar-nos num ‘centro de chegadas’, lembrou Ivica Dacic, ministro sérvio dos Negócios Estrangeiros. A Sérvia quer que a União Europeia resolva este impasse.

  • Eslováquia sobre quotas obrigatórias de acolhimento de migrantes: "Nunca!"

    A próxima cimeira europeia para resolver a crise dos refugiados pode voltar a terminar sem um acordo. Robert Fico, primeiro-ministro da Eslováquia, reiterou esta terça-feira que o seu país não vai aceitar quotas obrigatórias de acolhimento de migrantes.

    “Nunca. Nem que o façamos sozinhos. Consideramos que são irracionais, nocivas e nunca irão salvar ninguém nem resolver alguma coisa”, disse aos jornalistas, aqui citado pela Reuters.

    Para além da Eslováquia, também a República Checa, a Hungria e a Polónia têm-se mostrado pouco favoráveis a receber um número de refugiados determinado pela União Europeia.

  • Hungria: 174 detidos, 16 pedidos de asilo (todos negados)

    Ao abrigo da nova lei que criminaliza a entrada ilegal de migrantes no país, a Hungria anunciou ter detido hoje 174 pessoas, um número que deverá aumentar até ao final do dia.

    De acordo com a Reuters, o governo de direita liderado por Viktor Orban anunciou ter analisado 16 pedidos de asilo ao longo desta terça-feira. E negou-os todos. Em análise estão mais 32 pedidos.

    Pedidos que, muito provavelmente, serão também negados, uma vez que Viktor Orban tratou de incluir a Sérvia na lista de países considerados seguros para refugiados — algo que o Alto Comissariado da Nações Unidas para os Refugiados rejeita e que apenas a Hungria considera em toda a Europa. O resultado prático é que, assim, a Hungria pode rejeitar asilo mais facilmente àqueles que chegam ao país vindos da Sérvia, tratando de os deportar para lá.

  • Merkel desautoriza ministro do Interior alemão

    Na conferência de imprensa que deu ao início da tarde, a chanceler alemã disse não concordar com as “ameaças” de sanções contra os Estados europeus que estão contra as quotas de acolhimento de migrantes, proposta pelo seu ministro do Interior, Thomas de Maizière.

    “Julgo que devemos tentar recuperar o espírito europeu (…) mas as ameaças não são o caminho para alcançar um acordo”, disse, ao lado do seu homólogo austríaco Werner Faymann.

  • António Guterres pediu ainda um plano B, depois da falta de unanimidade, no conselho extraordinário de segunda-feira, entre os ministros do Interior europeus para a recolocação de mais 120 mil refugiados.

    De acordo com a Lusa, o dirigente das Nações Unidas insistiu na necessidade de dar atenção à Sérvia, que está a receber milhares de pessoas diariamente, “sem capacidade de absorção e sem ser um país rico”, o que pode levar o país a uma “situação impossível”.

    Caso não se tomem medidas de ajuda à Sérvia, “criam-se oportunidades para contrabandistas” para levarem os refugiados por novas rotas europeias.

    Guterres quer também que as “pessoas possam ser bem recebidas” imediatamente na Grécia e na Itália e que daí se faça a recolocação, ressalvando estar também a apelar aos países do Golfo Pérsico e à América do Norte para receberem refugiados.

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