Um grupo de investigadores, onde trabalha um português, acaba de publicar um estudo que pode ajudar a impedir que as mulheres com cancro da mama desenvolvam metástases.

O artigo, da autoria de Bruno Simões, atualmente a trabalhar no Institute of Cancer Sciences, da Universidade de Manchester, está publicado na edição de setembro da revista “Cell Reports”.

Conforme o investigador explicou à Lusa, o trabalho partiu do pressuposto de que três em cada quatro mulheres com cancro da mama expressam, nas células do carcinoma, um recetor (uma proteína).

Estas pessoas, prosseguiu, recebem nos seguintes cinco anos uma terapia anti hormonal, precisamente porque apresentam esse recetor.

“O problema é que cerca de uma em cada três destas mulheres acaba por desenvolver resistência e acaba por apresentar um segundo tumor em outro local do corpo (metástases)”, disse.

O trabalho deste grupo de cientistas foi “encontrar mecanismos para reduzir a formação das metástases”.

“Descobrimos que existem uma células estaminais do cancro que sobrevivem a este tratamento anti hormonal”, disse, acrescentando que “estas células apresentam uma elevada atividade de uma via de sinalização (Notch)”.

Os investigadores concluíram que é possível reduzir substancialmente o aparecimento destas células resistentes à terapia (potencialmente aumentando a sobrevivência dos doentes) se for acrescentado um inibidor da via de sinalização Notch aos tratamentos convencionais anti hormonais.

“As moléculas ALDH1 e NOTCH4 estão presentes em tumores com fraca resposta aos tratamentos convencionais (anti hormonais), sugerindo que estes bio-marcadores poderão vir a ser usados para predizer a resposta dos doentes aos tratamentos com anti-estrogénios”, prossegue o autor do artigo.

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