Prevenir doenças mentais e salvar vidas. Foi com este objetivo em mente que o cientista espanhol Rafael Yuste criou, com outros cientistas, o projeto BRAIN, lançado em 2013 com o apoio da administração Obama. Mas mapear o cérebro humano pode trazer inúmeras inovações. Inclusive o desenvolvimento da inteligência artificial. “Será como um novo humanismo”.

De conquista em conquista tecnológica até à meta final: mapear a atividade do cérebro, o que irá possibilitar o desenvolvimento de técnicas para alterar a atividade dos circuitos neurais. E a partir daí, então, corrigir os defeitos que originam as doenças mentais, como a depressão, epilepsia, Alzheimer e Parkinson.

Ou seja, o mundo. O cientista espanhol radicado nos Estados Unidos deu uma entrevista ao El País onde mostrou que até para uma empresa como a Google a investigação pode ter interesse. “Porque até os algoritmos utilizados no melhor motor de busca do mundo são primitivos comparados com o nosso cérebro“, disse.

Entender como pensamos seria “um passo de gigante (talvez até definitivo) para o desenvolvimento da inteligência artificial”. O que pode assustar muita gente é, para Rafael Yuste, um grande passo para a humanidade. “A tecnologia, em vez de nos limitar e assustar, torna-nos mais livres. Será como um novo humanismo“.

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Mas ainda há muito caminho pela frente. De um escala de um a dez, Rafael Yuste acredita que o conhecimento sobre o cérebro humano – “a parte mais desconhecida do nosso corpo” – ainda vai no nível três, ou quatro.

O projeto BRAIN (Brain Research through Advancing Innovative Neurotechnologies, ou, em português, investigação do cérebro através do avanço de neurotecnologias inovadoras) foi lançado pela administração Obama em 2013 e continua a ser uma aposta grande do presidente. Há um ano, Barack Obama conseguiu reunir mais 300 milhões de financiamento, entre o setor público e privado. Estima-se que, em 12 anos, o projeto possa receber 5 mil milhões de dólares.