O governo sérvio protestou hoje oficialmente contra o lançamento pela Hungria de “gás lacrimogéneo para o seu território” contra os refugiados e anunciou o envio de reforços policiais para a fronteira comum.

“Decidi enviar reforços policiais” para a passagem fronteiriça para evitar novos confrontos entre os refugiados e a polícia húngara, anunciou o ministro do Interior, Nebojsa Stefanovic, em comunicado.

A polícia húngara usou gás lacrimogéneo contra dezenas de refugiados que forçaram as barreiras na fronteira servo-húngara para procurar entrar na Hungria através da passagem fronteiriça de Horgos-Roszke.

O governo húngaro indicou que dos confrontos resultaram ferimentos em 14 polícias.

A televisão nacional sérvia RTS noticiou que também houve vários refugiados feridos. Uma equipa de jornalistas desta estação televisiva foi agredida pela polícia húngara e viu o seu material destruído, apesar de se terem identificado como jornalistas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O primeiro-ministro sérvio, Aleksander Vucic, condenou “este comportamento brutal da polícia” contra os refugiados e os jornalistas e exigiu uma reação vigorosa da parte da União Europeia (UE), quando questionado pela RTS.

“Estas torturas e este comportamento não-europeu devem cessar. E se a UE não pode participar, se não quer reagir, nós vamos reagir e saberemos como nos proteger, bem como os valores europeus que a Europa não é capaz de proteger”, acrescentou Vucic.

Antes, o ministro sérvio com o pelouro dos refugiados, Aleksandar Vulin, qualificou como “inaceitável” a utilização de canhões de água e gás lacrimogéneo contra os refugiados.

“Protestei firmemente porque os canhões de água e o gás lacrimogéneo foram utilizados contra estas pessoas e porque isso aconteceu no nosso território”, disse, em declarações na RTS.

A água e o gás lacrimogéneo “foram lançados por cima da fronteira e eles não tinham o direito de proceder assim”, afirmou Vulin.