Dez mortos, vários danos materiais e um grande susto. Este é o balanço atual do sismo que ocorreu na noite desta quarta-feira no mar perto da costa chilena, com uma magnitude de 8,3 na escala aberta de Richter. O abalo motivou que um milhão de pessoas tivessem de sair das suas casas junto à costa devido aos alertas de tsunami, e foi sentido na capital argentina, Buenos Aires, que fica a 1.400 quilómetros de distância. Também na Ilha de Páscoa, situada a 3.700 quilómetros do continente, e no arquipélago Juan Fernández, os habitantes das zonas em risco saíram para pontos mais elevados nas ilhas. Mas, entretanto ,“o alerta de tsunami foi levantado em todo o território nacional”, anunciou o Departamento Nacional de Situações de Emergência do Chile, na sua conta da rede social Twitter, e as pessoas estão a voltar a casa e ao seu dia a dia.

O abalo foi seguido de fortes réplicas (6.3, 6.1, 6.2, 7.0), tendo levado os habitantes da capital, Santiago, a saírem para a rua, com medo (ver fotogaleria em cima).

O tremor de terra ocorreu às 19h54 locais (23h54 de Lisboa), a 36 quilómetros a oeste da cidade de Canela Baja, na região de Coquimbo, 200 quilómetros a norte de Santiago, e a uma profundidade de 11 quilómetros, indicou o centro sismológico nacional da universidade do Chile.

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Mapa de localização do sismo de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS)

Mapa de localização do sismo de acordo com o United States Geological Survey

A marinha chilena lançou imediatamente um alerta de tsunami para a costa e ilhas do Pacífico. O Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico de Estados Unidos emitiu também o alerta de tsunami para ondas de mais de três metros no Chile, e advertiu mesmo que os efeitos poderiam atingir as costas do Equador e Peru.

No sul, em Dichato, localidade 70% destruída por um sismo 2010, as ondas avançaram terra adentro cerca de 30 metros, danificando vários estabelecimentos comerciais na costa. Cristian Galleguillos, autarca de Coquimbo, no norte do Chile, confirmou que vários ocupantes de um veículo se encontram desaparecidos depois que fortes ondas entraram mais de 500 metros terra a dentro.

Esta subida do nível do mar nalgumas zonas provocou algumas inundações. Nas redes sociais já circulam muitas imagens.

Responsáveis do Ministério da Educação anunciaram a suspensão das aulas para hoje em oito regiões do país, de 17,6 milhões de habitantes, localizadas entre a região de Atacama e Los Lagos, entre as quais se encontra a região metropolitana de Santiago de Chile. E as autoridades da segurança informaram esta noite que tinham procedido à retirada de prisioneiros de estabelecimentos prisionais em zonas de risco de tsunami nos municípios de Illapel, Arauco, Chañaral e Iquique.

No sul, em Dichato, localidade 70% destruída por um sismo 2010, as ondas avançaram terra adentro cerca de 30 metros, danificando vários estabelecimentos comerciais na costa. Cristian Galleguillos, autarca de Coquimbo, no norte do Chile, confirmou que vários ocupantes de um veículo se encontram desaparecidos depois que fortes ondas entraram mais de 500 metros terra a dentro.

A companhia aérea LAN informou que alguns dos seus voos poderão sofrer atrasos por causa das réplicas do terramoto e anunciou que estão a acompanhar a situação para retomar as suas operações o mais rapidamente possível.

Neste mapa é possível conhecer a estimativa do tempo e trajeto do tsunami, que poderá atingir a costa Este da Nova Zelândia, onde entretanto também já foi emitido um alerta idêntico.

Os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequeno (2,0-2,9), pequeno (3,0-3,9), ligeiro (4,0-4,9), moderado (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grande (7,0-7,9), importante (8,0-8,9), excecional (9,0-9,9) e extremo (superior a 10).

O maior sismo alguma vez registado ocorreu precisamente no Chile, a 22 de maio de 1960, quando a terra tremeu com uma magnitude de 9.5 na escala aberta de Richter.

De acordo com o El Pais, o Chile está bem preparado para resistir a um sismo desta magnitude, pois as suas infraestruturas foram construídas de acordo com o risco de uma região de alta sismicidade. A população também está habituado e sabe como comportar-se nestas situações. Isso acontece sobretudo depois da tragédia de 2010, quando um sismo de grandes dimensões seguido de tsunami devastou o centro e o sul do país, provocando 156 mortos e 25 desaparecidos.