A Croácia fechou hoje, “até nova ordem”, sete das suas oito passagens fronteiriças com a Sérvia, depois de uma entrada massiva de refugiados do Médio Oriente a partir deste país vizinho, indicou o Ministério do Interior croata.

“O tráfego é interdito nos postos fronteiriços de Tovarnik, Ilok, Ilok 2, Principovac, Principovac 2, Batina e Erdut”, especificou o Ministério, em comunicado.

Mais de 11 mil refugiados entraram no país desde a manhã de quarta-feira, provenientes da Sérvia, especificou.

O primeiro-ministro croata, Zoran Milanovic, afirmou em conferência de imprensa: “Não podemos registar e acomodar estas pessoas durante mais tempo. Elas receberão comida, água e assistência médica, e então poderão partir. A União Europeia tem de perceber que a Croácia não se tornará um centro de refugiados”, noticia o Guardian.

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E acrescentou: “Nós temos coração, mas também temos cabeça”, uma frase que referencia um anterior discurso do primeiro-ministro inglês, David Cameron.

O primeiro-ministro acrescentou ainda que os refugiados “são bem-vindos à Croácia e podem passar pela Croácia”, mas que “têm de partir”.

Ao início da tarde desta sexta-feira, Zagreb começou a encaminhar os migrantes que estão no seu território para a fronteira com a Hungria, que já havia anunciado na quinta-feira a intenção de construir uma vala na fronteira com a Croácia, para que os refugiados que dali saiam não entrem no país.

Hungria a construir uma vala na fronteira com a Croácia

Esta sexta-feira, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, anunciou o começo dos trabalhos para a construção da fronteira. Viktor Orbán referiu que “600 soldados estão já no local, 500 vão chegar durante o dia, e mais 700 serão enviados durante o fim de semana”. Na zona, encontram-se também 200 agentes policiais, estando prevista a chegada durante o dia de mais uma centena e de mais 500 no fim de semana.

“Vai ser impossível esconder-se atrás do mais pequeno monte de terra. Defenderemos as nossas fronteiras”, declarou Orban.

A Hungria, defensora de uma linha dura contra os migrantes, tinha já levantado uma barreira ao longo dos 175 quilómetros da fronteira com a Sérvia, por onde passavam a maioria dos requerentes de asilo que pretendem alcançar os países ricos do oeste ou norte da Europa.

Também esta sexta-feira, a polícia húngara anunciou que 453 migrantes, sobretudo sírios e afegãos, entraram ilegalmente na Hungria, a partir da Croácia, o que é passível, de acordo com a nova legislação entrada em vigor na terça-feira, de ser punido com penas de prisão.