O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, garantiu hoje que a coligação não esteve no Governo com qualquer tipo de calculismo, considerando que se o executivo tivesse “andado a syrizar”, tinha falhado.

Em Oeiras, durante o discurso na festa da Juventude da coligação PSD/CDS-PP, Passos Coelho – que se mostrou confiante de que Portugal vai manter Paulo Portas como vice-primeiro-ministro – voltou a criticar a falta de apoio ao longo destes últimos quatro anos “daqueles que acharam que se tudo corresse bem, tudo poderia ser mau para eles nas eleições, mesmo que isso tivesse que ser mau para Portugal”.

“Nós não estivemos no Governo com nenhum calculismo. Só tivemos uma preocupação: não falhar. Se tivéssemos andado a ‘syrizar’, como tantos queriam e diziam que seria bom para a Europa e para Portugal, se nós tivéssemos seguido esse caminho, nós teríamos falhado”, concluiu.

O líder da coligação PSD/CDS-PP considerou que quem não apoiou Governo não percebeu que “o futuro não se ganha por uma questão de gratidão” e que vence “as eleições quem sabe o que quer para futuro”.

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“À míngua de não reconhecerem o nosso sucesso, prefeririam que o país pudesse estar pior para que eles pudessem ter mais votos nas eleições”, acusou.

Passos Coelho recordou que aquilo que o “Governo fez nestes quatro anos tem que ser explicado também por essa circunstância inicial”, da situação em que estava o país em 2011.

“Nós não estamos a passar culpas, embora, aqui para nós, não ficasse nada mal que quem as têm que as assumisse”, atirou, numa referência implícita ao PS.

Insistindo na necessidade de interromper “este ciclo de desigualdades que existe em Portugal”, o primeiro-ministro defendeu que “o Estado não tem de oferecer nada a ninguém, a não ser garantia de justiça, de equidade, tratando todos por igual”.

“Para isso temos de ter um sistema de financeiro que não funcione para os amigos, mas funcione para quem tem mérito. Para isso nós temos de ter um Governo que apela à coesão de todos os portugueses e do país e não de um partido que quer dividir no Governo os portugueses e escolher com quem fala e com quem não aceita falar”, criticou.

Passos Coelho terminou o discurso deixando um apelo aos jovens do PSD e do CDS-PP presentes na Festa da Juventude: “lutem por um resultado que garanta a Portugal que não se anda para trás, pelo contrário, que damos mesmo uma virada grande neste 41 anos de democracia para podermos ser a nação que ambicionamos e que merecemos ser”.