O secretário de Estado dos Transportes afirmou esta sexta-feira que foi “devolvida a esperança” às populações do Alto Alentejo com o regresso dos comboios de passageiros entre Portalegre e Entroncamento, que têm ligações a Lisboa, Porto e Coimbra.

Sérgio Monteiro falava aos jornalistas, em Portalegre, após a a assinatura de um protocolo, que estabelece a reativação do traçado ferroviário, entre a CP – Comboios de Portugal, os municípios de Portalegre, Alter do Chão e Ponte de Sor, Instituto Politécnico de Portalegre (IPP), Infraestruturas de Portugal e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA).

O regresso dos comboios à Linha do Leste, a partir do dia 25 deste mês, vai permitir às populações da zona de Portalegre, sobretudo aos estudantes do Politécnico, mais uma alternativa em termos de transportes, com ligações, a partir do Entroncamento, a Lisboa, Porto e Coimbra, segundo o acordo estabelecido.

“Nós sempre defendemos esta aproximação, uma aproximação que permita a conjugação de esforços para gastar menos, mas ao mesmo tempo para desenvolver algum bem-estar às populações”, disse o secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro.

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O serviço de transporte ferroviário de passageiros entre Portalegre e Entroncamento é restabelecido, a partir do dia 25 deste mês, por um período de seis meses, às sextas-feiras e domingos, sendo depois feita uma avaliação.

Na cerimónia de assinatura do protocolo, o presidente do Politécnico de Portalegre, Joaquim Mourato, congratulou-se com o regresso dos comboios de passageiros ao distrito, recordando que a rede de transportes no Alto Alentejo tem sido “insuficiente” e um “forte constrangimento” ao desenvolvimento regional.

A presidente do município de Portalegre, Adelaide Teixeira, também se congratulou com o acordo alcançado, mas alertou que o distrito vive também alguns “constrangimentos” em termos de oferta do transporte rodoviário de passageiros.

A linha ferroviária do Leste, entre Entroncamento e Elvas, encerrou ao serviço de passageiros em janeiro de 2011, na sequência do Plano Estratégico de Transportes (PET).

Na altura, a CP alegou que viajavam por ano 28 mil pessoas neste eixo e que registava um prejuízo anual de 1,2 milhões de euros.

Em Agosto deste ano, a CP informou que estava a estudar soluções para reforçar a sua frota em 2016.

CDU classifica decisão como demagógica e propagandista

Manuela Cunha, dirigente do Partido Ecológico Os Verdes (PEV) e cabeça de lista da CDU ao distrito de Portalegre, acusou o Governo e a coligação de “demagogia e propagandismo”, após o anúncio do Secretário de Estado dos Transportes de que o distrito voltaria a ter comboios com ligação aos distritos de Lisboa, Porto e Coimbra, às sextas-feiras e aos domingos à noite.

A declaração, veiculada num comunicado dirigido à imprensa pelo partido “Os Verdes”, foi proferida durante a apresentação do compromisso eleitoral da coligação PCP/PEV para o distrito, numa cerimónia que abriu oficialmente a campanha para as eleições legislativas de Outubro, e que decorreu junto ao Plátano do Rossio.

Manuela Cunha reclama que de defesa dos transportes ferroviários “sempre foi uma bandeira da CDU”, e afirma que a decisão do Governo apenas demonstra que as propostas da coligação de esquerda “são justas e vão de encontro às necessidades das populações”.

O compromisso da CDU defende a necessidade urgente de investimento no transporte ferroviário – de passageiros e de mercadorias – como meio privilegiado de ligação de Portalegre ao resto do país e a Espanha. A CDU defende ainda que esta defesa será fundamental para “o desenvolvimento sustentável do distrito”, e originará “grandes benefícios económicos, ambientais e energéticos”.