O Chefe do Estado-Maior do Exército disse hoje que é imprescindível garantir uma estabilidade que assegure a eficácia e tranquilidade do efetivo militar e reivindicou mais investimento para a modernização daquele ramo das Forças Armadas.

O general Carlos Jerónimo, Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), falava em Vila Real, onde decorreu uma parada militar para comemorar o Dia do Exército que, este ano, decorreu naquela cidade transmontana. E aproveitou a presença nesta cerimónia do ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, para pedir uma maior estabilidade.

“Ao Exército deve assim ser proporcionada a necessária estabilidade que lhe permita concentrar-se na sua função principal, o desempenho eficaz das missões que lhe são confiadas no presente e a preparação do sistema de forças terrestre para o desempenho das missões que poderão vir a ser confiadas no futuro”, salientou.

Esta estabilidade, acrescentou, “não se compadece com um processos de reestruturação sucessivos e sobrepostos, os quais têm até gerado desperdícios na afetação de recursos”.

“O Exército necessita que, ao processo de reestruturação em curso, seja dado o tempo suficiente para que a sua implementação se faça sem sobressaltos e sem inflexões de rumo geradoras de uma contraproducente instabilidade”, afirmou Carlos Jerónimo.

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O CEME referiu ainda que “ninguém se concentra completamente nas suas tarefas quando são continuamente reavaliadas as suas condições estatutárias, postas em causa as suas condições socioeconómicas ou quando são lançadas dúvidas sobre a evolução de áreas tão importantes como a da saúde e do apoio social complementar”.

O mesmo responsável reivindicou também um maior investimento na modernização deste ramo das Forças Armadas e lembrou que o valor previsto até 2026, à distância de mais de uma década, é da ordem dos 670 milhões de euros, ou seja, “cerca de 30% das necessidades do sistema de forças terrestres”.

Carlos Jerónimo enumerou os “projetos prioritários” para o Exército, nomeadamente o equipamento individual, as viaturas táticas ligeiras blindadas e os sistemas de informação e comunicações e de vigilância.

Por sua vez, o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, destacou a “reestruturação muito forte” que foi necessário fazer nos últimos quatro anos para o reequilíbrio das contas públicas e também da Defesa nacional.

O governante salientou que a reforma “Defesa 2020” visou precisamente criar condições para “fixar as prioridades para a modernização e reequipamento das Forças Armadas”.

Aguiar-Branco lembrou que foi possível, na atual legislatura, descongelar as promoções, fazer uma racionalização de meios, dando como exemplo a criação de um hospital único para as Forças Armadas e a fixação de um “balizamento orçamental” que pode ir até 1.2% do PIB para o orçamento da Defesa nacional.

“Está estabilizado todo o quadro que é necessário para agora se dar corpo à execução e é isso que, nós todos em conjunto, devemos fazer”, sublinhou o ministro.

Durante três dias, o Exército demonstrou à população local os meios e equipamentos de que dispõe e a cerimónia de hoje terminou com um desfile de cerca de 800 militares e de viaturas blindadas Pandur.