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  • E é tudo do clássico no Dragão.

    O Futebol Clube do Porto venceu, muito à custa de uma entrada intensa (e mais pragmática na hora de rematar à baliza) no segunda parte, e o Benfica, sempre mais retraído, não soube (valeu Casillas numa noite “sim”) resolver o jogo nas duas oportunidades, sempre na sequência de um canto, que teve no começo.

    Lopetegui igualou o seu melhor registo no Dragão, o FC Porto não perde há 11 jogos, e é líder provisório (o Sporting joga amanhã à noite). O Benfica já está a quatro pontos da liderança.

    O homem do jogo? André André, não só pelo golo que fez, mas pelos metros que galgou a meio-campo, ora a construir jogo para os dragões, ora a lutar para “destruir” o jogo do Benfica. Lopetegui resumiu assim a exibição do baixinho: “O André é um miúdo fantástico. O pai dele foi um jogador histórico do clube. Mas ele está a criar a sua própria história”. E começou bem, a resolver o clássico.

    Foi uma prazer tê-lo desse lado, um abraço e até mais. Não tarda, o Diogo Pombo traz-lhe a crónica do jogo, com os detalhes que fizeram a diferença na noite do Dragão.

  • A propósito do golo de André André, Kelvin tinha sido o último jogador do FC Porto a estrear-se no clássico com um golo. Os restantes, e contabilizando apenas os jogos disputados neste século, foram Alenitchev, Bruno Moraes, Kléber e Jackson.

  • O Benfica jogou três vezes fora da Luz esta época… e perdeu todos o jogos, sempre por igual resultado: 1-0.

    O FC Porto é líder, vai aguardar na frente pelo jogo do Sporting, amanhã à noite, e tem quatro pontos de vantagem sobre o Benfica — algo que não se via desde a temporada de 2013/2014, quando Paulo Fonseca estava no banco dos dragões e Jorge Jesus foi campeão no da Luz.

    Mas vamos aos números do jogo. Os portistas passaram muito a bola, passaram-na quase sempre com eficácia, mas, apesar de rematarem mais, se se contabilizarem somente os remates que foram em direcção à baliza, o jogo foi ela por ela: duas oportunidades para o Benfica na primeira parte, duas para o FC Porto na segunda, um golo.

  • Com um humor ligeiramente menos sorridente, mas sisudo, chegou Rui Vitória. “Este resultado é injusto. Quem pensou que não teríamos oportunidades, enganou-se. Foram os pormenores que decidiram. A troca de Jonas por Talisca? Foi para dar uma saída de bola melhor, mais lucidez. O Jonas estava desgastado. Às vezes as substituições não saem bem — não estou a dizer que foi o caso. O campeonato está a começar. Nós estamos a começar um caminho, esta equipa vai melhor a cada dia e vamos rectificar o resultado de hoje”, garantiu o treinador do Benfica.

  • “O Benfica é forte nas bolas paradas. Mas controlámos o jogo no início. Na segunda parte estivemos condicionados pelos cartões amarelos, mas fomos muito superiores. É a minha primeira vitória sobre o Benfica? Já estou a pensar no próximo jogo”, garante Lopetegui, naturalmente sorridente.

  • “O Benfica entrou bem no jogo. As melhores oportunidades na primeira parte foram nossas. A quebra na segunda parte veio por causa de decisões, que se repetem sempre, e nós sabíamos que não podíamos chegar muito perto dos jogadores do Porto”, confidencia na zona de entrevistas rápidas o enigmático André Almeida.

  • O resumo do clássico

    O clássico teve de esperar 86 minutos para ver um golo. O intervalo fez bem ao jogo e a segunda parte foi bem mais intensa que a primeira. E também fez bem ao FC Porto, que voltou do descanso com mais garra e, sobretudo, com mudanças. Julen Lopetegui mandou André André cortar amizades com Rúben Neves e Imbula para ir conhecer melhor Aboubakar. O pequeno médio passou a andar mais perto do avançado e a ir às alas ajudar os extremos. Obrigou Samaris a persegui-lo constantemente e fez com que André Almeida ficasse a tomar conta do meio campo encarnado sozinho. Os dragões aumentaram a intensidade e antes de André marcar já o médio inventar um passe que só não deu em golo porque Júlio César se atirou às pernas de Aboubakar e desviou um remate.

    O Benfica foi engolido na segunda parte e só teve uma jogada em que conseguiu ver Mitroglou a cabecear a bola à baliza, após cruzamento de Gonçalo Guedes. Rui Vitória tardou em refrescar as alas. Gaitán e Gonçalo Guedes ficaram cedo sem pernas para defenderem tanto como atacavam e os laterais do Benfica foram ficando cada vez mais sozinhos perante Brahimi e Varela. Os dragões passaram muito tempo na metade do campo encarnada e o Benfica foi perdendo capacidade de, sequer, contra-atacar. Quando o 1-0 apareceu a equipa mal conseguiu reagir e evitar que o FC Porto tenha conseguido o que não conseguira a época passada — vencer o Benfica.

  • “Fizemos um grande jogo. O importante foi a vitória do Porto e não o meu golo. Fazer um golo no clássico, pelo meu clube do coração, foi algo com que sempre sonhei”, diz André André, na flash interview, ainda a arfar de tanto que correu em campo esta noite.

  • Uma curiosidade sobre o reforço portista (em boa verdade, André André é mais um “regressado” a casa, ele que foi júnior do FC Porto) que resolveu o jogo: ao primeiro clássico entre o FC Porto e o Benfica que jogou, André André marcou; o pai, António André, nunca o conseguiu — e oportunidades não lhe faltaram.

  • Fim do jogo

    O clássico acaba no Dragão.

  • O Benfica tenta responder, e teve que ser Pizzi, à falta de melhor ala, a cruzar desde a linha para a área. Maicon chegou primeiro que Mitroglou, mas o corte foi pouco ortodoxo, meio enroscado, e quase traía Casillas, que teve que ir segurar a bola mesmo rente à barra. O árbitro deu mais 3′ de compensação.

  • Que senhor golo do FC Porto. A jogada começou na esquerda, em Brahimi, quando o argelino esperou pela bola para com ela arrancar em diagonal, em direção ao meio. Osvaldo tinha saído da entrada da área para desviar atenções e lá apareceu Silvestre Varela, que recebeu o passe rasteiro do argelino com um toque de calcanhar que serviu para deixar a bola à espera da corrida de André André, que à saída de Júlio César rematar rasteiro e em jeito para a bola entrar junto ao poste esquerdo da baliza.

  • Golo do FC Porto!

    André André faz o primeiro!

  • Sai Gonçalo Guedes e entra Pizzi. O Benfica vai jogar sem extremos puros. A entrada de Pizzi pode trazer velocidade na saída de bola, mas é preciso depois quem se desmarque e corra atrás dela lá na frente. O problema é que Gaitán está desgastado, Mitroglou é um ponta-de-lança mais fixo e a Talisca não se lhe peça que corra desenfreadamente.

  • Mais uma troca nos dragões: sai Vincent Aboubakar e entra Pablo Osvaldo. Um avançado por outro.

  • O FC Porto começou a jogada na direita, rodou a bola até à esquerda e Brahimi, depois de tentar e não conseguir fintar Gonçalo Guedes, passou a Layún, que rematou à entrada da área e atirou a bola para a bancada.

  • Isto quase dava penálti! Brahimi recebeu uma bola bem perto da linha lateral e de fundo, mas lá arranjou maneira de rodar quando Nélson Semedo preferiu encostar o corpo ao invés de fazer contenção e fechar o espaço ao argelino. O português, depois, parou-o em falta já muito próximo da linha da grande área e o árbitro mostrou-lhe um cartão amarelo.

  • O FC Porto aproveita a paragem e também faz uma substituição: sai Rúben Neves e entra Danilo Pereira. Agora os dragões ficam com dois matulões a cuidarem do meio campo. Lopetegui decidiu trocar uns pés certeiros no passe por uns pulmões incansáveis nas dobras defensivas e lutas corpo a corpo.

  • Sai Jonas e entra Talisca. O “pistolas”, longe da área onde ganhou o epíteto à custa de golos e mais golos, mal se viu, mas esteve lá, a pressionar, como conseguia, a saída de jogo do FC Porto. Talista entra para a mesma posição, uma espécie de falso “10”, ora próximo de Mitroglou, a jogar quase lado a lado com o grego, ora recuado até perto dos médios-centro. E se lhe deram espaço para rematar, Talisca enche a canhota e remata mesmo.

  • Nélson Semedo e Eliseu já estão a ficar muitas vezes sozinhos contra os extremos portistas. As jogadas de um-para-um estão a suceder-se porque Nico Gaitán e Gonçalo Guedes já não os ajudam tantas vezes. Rui Vitória talvez fizesse bem em colocar pernas frescas nas alas…

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