Dirigentes associativos da Guarda Nacional Republicana (GNR) estão a ser notificados, pelo Comando-Geral da GNR, dos inquéritos movidos por declarações a propósito da não aprovação do estatuto desta força de segurança, noticia esta segunda-feira o JN (edição para assinantes).

Ao Observador, César Nogueira, da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), confirmou que já foi notificado do início do processo. “O mote são as declarações que proferi a propósito da não aprovação dos estatutos da GNR. Na altura afirmei que existiam pressões dos generais do Exército”, relatou César Nogueira, acrescentando que “o mote foi esse” e que “estes processos servem para intimidar os dirigentes associativos da GNR para que não falemos com os órgãos de comunicação social”.

César Nogueira informou ainda que na notificação que recebeu vem escrito que a sua postura “põe em causa a coesão, um artigo da lei do associativismo”, mas dos anexos constam artigos com as declarações como a que acima foi referida acerca dos generais do Exército, rematou. O dirigente sindical explicou que o novo estatuto previa que dentro de seis ou sete anos os generais das Forças Armadas deixariam de comandar a GNR e passariam a ser os oficiais a comandar.

Além de César Nogueira, o JN conta que outros dirigentes associativos vão ser notificados e alguns deles poderão mesmo ser oficiais.

Em agosto, o Conselho de Ministros aprovou o estatuto profissional da PSP e adiou para a próxima legislatura o da GNR, o que levou os guardas a fazerem promessas de boicote às campanhas da coligação. Mas César Nogueira garantiu ao Observador que essas ações caíram por terra, “para não sermos conotados com nenhum partido e porque a ação de campanha deve ser esclarecedora para as pessoas”. De pé continua a manifestação em Lisboa a 2 de outubro.

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