Surf, competição, mulheres bonitas. O céu até pode estar cerrado entre nuvens ou o frio obrigar a tirar uma camisola do exílio do armário, mas a combinação não falha. Uma coisa leva à outra e as três veem-se juntas cada vez que há uma prova de surf das boas. Cascais terá uma delas, mas as mulheres não andarão plantadas na areia, de olhos postos no mar, a verem e a serem vistas. Não senhora. Desta vez, as que interessam, estarão no mar a remar, deitadas numa prancha em busca de ondas que lhes deem embalo para se colocarem em pé. As melhores surfistas do planeta estão em Portugal e, a partir desta terça-feira, vão-se mostrar na oitava etapa do circuito mundial de surf.

O problema é que faltará uma: Stephanie Gilmore. A ausência dá pena porque a norte-americana, de 27 anos, já foi sete vezes campeã e até se esperava que voltasse a surfar em Cascais — primeiro, por ter vencido edição de 2014 da etapa e, segundo, por ninguém a ver em cima de uma prancha desde abril, quando as ondas de Margaret River, na Austrália, lhe pregaram uma partida e lhe lesionaram um dos joelhos. Não está quem costuma ganhar tudo, está quem anda a aproveitar a sua lesão para surfar muito. Escrito com outras palavras, está Carissa Moore.

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É havaiana, líder do circuito e conquistou três etapas este ano, incluído a última, em Trestles, praia californiana dos EUA. Os 22 anos que tem chegaram-lhe para já ter sido duas vezes (2011 e 2012) campeã mundial. Moore é das surfistas mais agressivas na água e competitivas do circuito e esta atitude não para de lhe dar resultados. Já foi feliz em Carcavelos, na praia onde se realizará o Cascais Women’s Pro e a mesma que a viu ganhar na prova de 2013. Eis a surfista que o sorteio colocou à frente da única portuguesa a participar nesta etapa.

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Teresa Bonvalot recebeu um wild card — uma espécie de convite que se entrega a surfistas que não integram o circuito — da organização e vai defrontar Carissa Moore logo na primeira ronda do Cascais Pro. Mas isso não pareceu preocupá-la muito: “Já é a terceira vez que tenho este wild card e é sempre com muito gosto que o recebo. Quero representar as nossas cores da melhor maneira e vou tentar surfar ao meu mais alto nível, divertindo-me a surfar ao lado das grandes surfistas do mundo, que é onde eu quero estar.” Percebe-se, pois isto veio da boca de quem, aos 15 anos (faz 16 a 7 de outubro), é bicampeã nacional de surf e não tremeu na conferência de imprensa de apresentação da prova.

As baterias da primeira ronda:

1.       L. Peterson vs T. Weston-Webb vs A. Quizon
2.       B. Buitendag vs M. Manuel vs L. Enever
3.       C. Moore vs. S. Lima vs T. Bonvalot
4.       C. Conlogue vs N. Van Dijk vs P. Ado
5.       S. Fitzgibbons vs C. Ho vs S. Erickson
6.       T. Wright vs J. Defay vs D. Stoyle

O Cascais Women’s Pro decorrer até 28 de setembro e há a hipótese de não ficar só por Carcavelos. A organização está precavida contra as partidas que o mar possa pregar e pode alterar a prova para as praias do Guincho ou da Bafureira, como fez o ano passado. A partir desta terça-feira é suposto que haja ação, todos os dias, desde bem cedo — a organização convocou as surfistas para estarem às 8h na praia, hora a que vão espreitar o mar e ver se há ondas. Venham elas.