Os taxistas anunciaram esta segunda-feira que vão adotar ações diárias contra a empresa de transportes que utiliza a aplicação Uber, até que a ministra da Justiça faça cumprir a legislação que, lembram, obriga a ter licenças para transportar passageiros.

“Nós vamos fazer campanhas todos os dias, não é só num dia, é todos os dias”, afirmou o presidente da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), Florêncio Almeida, referindo que as ações irão decorrer durante toda a campanha eleitoral, caso não tenha uma resposta da Ministra da Justiça.

A associação pretende “parar o aeroporto [de Lisboa], parar [a estação de comboios inter-regionais de] Santa Apolónia” e organizar, “todos os dias, uma ação espontânea, inclusivamente em campanha eleitoral”, disse o representante dos taxistas após uma reunião com o ministro da Economia, António Pires de Lima, e com o secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, que decorreu esta segunda-feira no Ministério da Economia, em Lisboa.

“Se calhar o senhor ministro [da Economia] vai-nos ter à perna“, disse o dirigente da ANTRAL, quando questionado sobre uma eventual ausência de resposta da parte da Justiça.

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“Enquanto os nossos problemas não forem resolvidos, nunca poderemos estar satisfeitos”, afirmou Florêncio Almeida à saída da reunião, admitindo ter ficado com “a sensação” de que o ministro da Economia “também está preocupado” com o problema.

Segundo Florêncio Almeida, “em virtude daquilo que se está a passar e das decisões dos tribunais não serem cumpridas, [o ministro da Economia] comprometeu-se que iria junto da senhora ministra da Justiça – que também já nos prometeu da última paralisação saber o que se está a passar e o porquê de não se cumprir as leis e as decisões dos tribunais — a dar-nos, nos próximos dias, uma resposta, mas ele também compreende que esta legislatura está praticamente no fim e pouco já poderá fazer”.

O início das ações diárias não tem ainda data marcada, mas, segundo o responsável da ANTRAL, não demorará muito, já que “a campanha [eleitoral] começou hoje”.

No dia 08 de setembro, mais de 3.500 taxistas de Lisboa, do Porto e de Faro protestaram contra o transporte de passageiros pela empresa que utiliza a aplicação Uber, que acusam de atuar ilegalmente em Portugal.

Nesse dia, taxistas e dirigentes da ANTRAL foram recebidos pela ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, a quem entregaram um dossiê explicativo das suas razões.

Os taxistas querem que a empresa que a Uber deixe de atuar em Portugal.

No final do encontro, Florêncio Almeida mostrou-se satisfeito, referindo que Paula Teixeira da Cruz lhes assegurou que iria discutir com o ministro da Economia uma solução e que terá uma resposta “nos próximos dias”.