“No verão de 2015, a Europa viveu o maior fluxo de entrada de refugiados desde a II Guerra Mundial. Porquê?”. É com esta interrogação que o vídeo publicado no YouTube pelo canal “In a Nutshell” começa. Ao longo de seis minutos, os seus criadores dão-lhe a resposta.

Através da compilação das notícias apresentadas pelos jornais e sites internacionais, quem carregar no “play” vai perceber de onde vieram estes refugiados, a origem dos conflitos na Síria e as vicissitudes que os migrantes enfrentam. Além disso, o vídeo preocupa-se também em explicar como têm reagido as organizações internacionais à chegada dos refugiados.

Depois de explicar o motivo que leva milhares de sírios a abandonar o seu país, o vídeo ainda recua no tempo para recordar a operação “Mare Nostrum”, liderado pelos britânicos para travar a entrada dos refugiados na Europa, embora sem sucesso. Em paralelo, os criadores do vídeo contam como alguns países fecharam as fronteiras para evitar a entrada dos refugiados, enquanto outros grupos de cidadãos se preocupam em juntar alimentos e roupa para entregar aos sírios.

Mas o vídeo do “In a Nutshell” não ignora os motivos que levam a União Europeia a ser cautelosa na hora de deixar os refugiados entrarem no território. Enumeram quatro receios europeus: islamismo, elevada taxa de natalidade, criminalidade e o colapso dos sistemas sociais. Mas logo a seguir, o vídeo argumenta que nenhuma destas preocupações são válidas: “Olhemos para os factos: mesmo que a União Europeia aceitasse todos os 4 milhões de refugiados sírios e 100% deles fossem muçulmanos, a percentagem de muçulmanos na Europa apenas subiria de 4 para 5%. Esta não é uma mudança drástica e certamente não fará da Europa um continente muçulmano”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Quanto às consequências da taxa de natalidade elevada ao longo do tempo, o vídeo explica que “os estudos mostraram que mesmo com uma taxa de natalidade maior do que na Europa, ela irá baixar e ajustar-se à medida que as condições de vida e os níveis de educação aumentarem”, principalmente se se tiver em conta que a maior parte dos refugiados sírios já têm educação superior.

A criminalidade também não deveria estar entre os receios europeus, diz o vídeo: “Os refugiados que se tornaram imigrantes têm menos probabilidade de cometer crimes do que a população nativa. Quando os deixarem trabalhar, tenderão a criar negócios e integrar-se no mercado de trabalho o mais depressa possível, pagando mais aos sistemas sociais do que o que exigem”.

O vídeo termina com um aviso (de que “as coisas estão a melhorar, mas não suficientemente rápido”) e depois com um apelo: “Estamos a fazer história agora. Como é que queremos ser recordados? Como uns cobardes xenófobos e ricos atrás de cercas?”, pode ouvir-se no vídeo depois de sublinhar que a esmagadora maioria dos refugiados segue para a  Líbano, Turquia, Iraque, Jordânia e Egito.

https://www.youtube.com/watch?t=110&v=RvOnXh3NN9w

Esta não é a primeira vez que o canal de YouTube se dedica a explicar as guerras civis e as suas consequências para a comunidade internacional. Em junho do ano passado, “In a Nutshell” publicava um vídeo sobre a situação iraquiana, sem esquecer o avanço do Estado Islâmico no Médio Oriente. Em pouco mais do que 4 minutos e meio, pode ficar esclarecido sobre a história iraquiana e a resposta estrangeira.

Pode explorar muitos outros vídeos sobre estes e outros assuntos no “In a Nutshell”, mas aquele que explica a situação síria já é o mais visto, com 2,5 milhões de visualizações.