Milhares de estrelas-do-mar morreram nos últimos anos nas costas norte-americanas, noticia o Business Insider, acrescentando que alguns locais perderam mais de 95% destes animais. Drew Harvell, biólogo na Universidade de Cornell (Nova Iorque) diz que esta é uma situação catastrófica, classifica-a como o pior desastre marinho de que há registo.

“É realmente impressionante, os milhões de estrelas que já morreram. E não é apocalíptico ou extremo dizer isto”, diz, citado pelo Business Insider, Drew Harvell.

Este fenómeno, chamado de Sea Star Wasting Syndrome, destrói completamente a estrela-do-mar em poucos dias – aparecem lesões à superfície que podem provocar a fragmentação do corpo – e que pode rapidamente espalhar-se a outras estrelas. Foi detetado pela primeira vez em 2013 no Parque Nacional Olímpico, no estado de Washington, mas agora tem sido encontrado desde a Califórnia ao Alasca. Porém, até ao momento ainda não existem certezas sobre o que possa estar a causar estas mortes.

Um grupo de investigadores encontrou indícios de que a doença das estrelas-do-mar seria provocada por um vírus, conforme publicaram no ano passado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences. Agora os investigadores querem perceber o que é que terá tornado o vírus mais mortal e com uma maior distribuição.

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Nos últimos dois anos, os investigadores verificaram que a temperatura da água tem estado mais alta, eventualmente devido às alterações climáticas, e que as estrelas-do-mar morrem mais depressa nestas condições, mas ainda não foi possível encontrar uma relação causa-efeito para esta situação.

Para conseguir chegar a conclusões sólidas os investigadores precisariam de recolher uma grande quantidade de dados, mas não existe financiamento suficiente que permita contar os milhares de animais mortos e medir as variáveis que possam estar relacionadas com essas mortes, como a temperatura da água ou os minerais dissolvidos.

“Quero reforçar que não é de todo conhecido o que possa estar a causar esta doença”, diz, citada pelo Business Insider, Melissa Miner, investigadora na Universidade da Califórnia em Santa Cruz e uma das coordenadoras do estudo. “É muito difícil recolher os dados que precisamos em grande escala.”

Neste ponto os investigadores contam com cidadãos-cientistas (citizen scientists) que podem ajudar a procurar as estrelas-do-mar mortas e a reportar em que estado se encontravam. Com a informação disponibilizada pelos cidadãos, os investigadores podem aumentar a base de dados que lhes permitam fazer análises e tirar conclusões mais fidedignas.

As estrelas-do-mar não são animais que mobilizem facilmente fundos para a sua investigação, mas um desastre natural deste tipo pode vir a afetar não só as estrelas como outros animais marinhos, alguns deles com interesse económico para o homem.