O presidente da Câmara do Porto disse segunda-feira à noite que a concessão da exploração do estacionamento nas vias públicas é “gestão contra ruas transformadas em silos automóveis” e não uma medida economicista.
Rui Moreira falava na Assembleia Municipal do Porto, que discutiu e aprovou, com os votos contra da CDU e do Bloco de Esquerda, a proposta de adjudicação à empresa Empark a “gestão, exploração, manutenção e fiscalização dos atuais e futuros lugares de estacionamento pagos na via pública” portuense, por um prazo de 12 anos.
A concessão abrange os 4.234 lugares pagos de estacionamento na via pública existentes e prevê a criação de mais 1.800 lugares recebendo a Câmara, à cabeça, oito milhões de euros e, nos anos seguintes, uma percentagem da receita dos parcómetros.
A CDU sustentou que o estacionamento na via deve ser “uma ferramenta de uma política de mobilidade”, considerando que “esta proposta aparece apenas com um objetivo de natureza economicista”.
Rui Moreira respondeu que “a cidade tem 60 mil lugares de estacionamento” e apenas 10% serão pagos, assinalando que os preços para os moradores foram reduzidos e contestou a ideia da ausência de uma política de mobilidade associada à proposta aprovada.
“O que pretendemos é que haja rotação nos lugares pagos”, afirmou, referindo que tal não se verifica porque há uma grande “informalidade”. Segundo a vereadora da Mobilidade, Cristina Pimentel, os parcómetros registam uma “taxa de ocupação financeira média de 15%”.
O autarca disse que “onde há comércio e serviços é necessários haver rotação”, sendo necessário “encontrar alguma forma de regular o estacionamento” numa cidade onde, segundo afirmou também, entram todos os dias 70 mil veículos, saindo apenas 10 mil.
Sustentou que isso é “gestão da via pública”, realçando que hoje existem “ruas transformadas em silos automóveis”, realçando também que a autarquia não tem meios para combater a “informalidade”.
O PS, que se aliou a Rui Moreira e ao seu movimento na gestão municipal, considerou que “a Câmara não é capaz de fiscalizar porque está impedia de recrutar pessoal” para o efeito, sendo esta uma das razões, apontou, porque optou pela concessão.