O esperança de vida em Portugal continua acima da média europeia, mas a obesidade é um risco crescente para a saúde no país, segundo um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje publicado em Londres. A esperança de vida em Portugal é, após o nascimento, de 77,4 anos para os homens e 83,9 anos para as mulheres, enquanto depois dos 65 anos é de 17,9 anos para os homens e 21,7 anos para as mulheres.
A média europeia é de 73,1 anos para os homens e 80,3 anos para as mulheres após o nascimento e de 15,9 anos para os homens e 19,6 anos para as mulheres depois dos 65 anos. Porém, a prevalência de peso excesso de peso em portugueses adultos aumentou de 53,7% em 2010 para 55,6% em 2014, mantendo-se superior nos homens do que as mulheres.
Este cenário coincide com o panorama geral captado pelo relatório da OMS sobre o Estado de Saúde na Europa em 2015, publicado a cada três anos e que abrange 53 países.
“Portugal tem, como todos os países que entraram para a União Europeia antes de 2004, uma esperança de vida muito elevada. E as boas notícias são que, em toda a região, a mortalidade infantil desceu e a esperança de vida continua a aumentar”, saudou Claudia Stein, diretora do departamento de Informação, Verificação, Investigação e Inovação da OMS para a Europa.
Porém, disse à agência Lusa, “nem tudo são boas notícias, porque o consumo de álcool e tabaco continua muito elevados, apesar de baixado nos últimos anos, e a obesidade continua a aumentar: a Europa é a região com maior índices de obesidade, atrás dos EUA”.
Em Portugal, a informação relativa ao consumo de tabaco refere-se apenas a 2010 e 2012, tendo-se registado uma evolução positiva, pois a percentagem de fumadores terá baixado de 23,8% para 22,4%, mas a estatísticas sobre o consumo de álcool após os 15 anos são omissas depois de 2011.
O relatório indica também que o número de portugueses cujas vidas são interrompidas por doenças cardiovasculares, cancro, diabetes e doenças respiratórias crónicas está em declínio: baixou de 242 em 100.000 em 2010 para 235,6 em 100.000 em 2012.
“Embora a esperança de vida tenha aumentado e estejamos no bom caminho para atingir os objetivos da Estratégia Saúde 2020, estes fatores de risco podem achatar a curva. Cabe aos governos fazer algo sobre isto”, vincou Claudia Stein.