O governo colombiano e as FARC anunciaram na noite de quarta-feira, em Havana, um acordo considerado decisivo para a paz no país.

O anúncio foi desde logo saudado pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pelo porta-voz do Vaticano e pelo Presidente cubano, Raúl Castro. “O anúncio feito hoje [quarta-feira] nas conversações de paz em Havana representa um avanço histórico para o acordo de paz final, para acabar com mais de 50 anos de conflito armado [na Colômbia]”, considerou Kerry, em comunicado. “A paz está agora mais próxima do que nunca para o povo colombiano e milhões de vítimas do conflito”, sublinhou.

Também o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, indicou que o papa Francisco “estará seguramente muito feliz” com este acordo. “Todos esperamos o acordo final. O papa expressou muitas vezes no passado, e recentemente, o seu interesse nestes esforços de paz”, acrescentou.

Por seu lado, o Presidente cubano, Raúl Castro, afirmou que a paz na Colômbia é “possível” e “indispensável” e que não descansará até que esse objetivo seja alcançado. Castro ressalvou que “ainda existem enormes dificuldades para superar” no caminho para a paz na Colômbia, mas sublinhou ter “a certeza de que serão vencidas”.

Que acordo é este?

A leitura do comunicado do acordo foi feita na presença das delegações das duas partes, dirigidas pelo Presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e pelo líder máximo das FARC, Rodrigo Londoño Echeverri, também conhecido como Timochenko.

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O acordo prevê a criação de um tribunal especial para a paz, anunciaram hoje em Havana representantes dos países garantes, Cuba y Noruega, das negociações que têm decorrido na capital cubana.

O Estado colombiano vai conceder uma amnistia “o mais ampla possível” aos delitos políticos, ficando de fora os crimes que na legislação colombiana estejam tipificados como sendo de lesa-humanidade, genocídio ou graves crimes de guerra. O acordo contempla ainda a entrega das armas pelas FARC num prazo de 60 dias.

Santos já afirmou que o acordo de paz vai ser assinado no máximo “dentro de seis meses”.