O homem que era até ontem, quarta-feira, presidente-executivo do Grupo Volkswagen, Martin Winterkorn, terá direito a uma pensão de 28,57 milhões de euros assim que for formalizada a sua saída do grupo na sequência do escândalo – que começou nos EUA mas parecer estar a alargar-se – de manipulação dos dados sobre as emissões poluentes nos carros com motor diesel. Winterkorn poderá, ainda, receber um pagamento único por indemnização na ordem dos 3,2 milhões de euros.

De acordo com o Financial Times e a agência Bloomberg, que citam o último relatório anual do Grupo, Winterkorn teve um salário anual fixo de 1,617 milhões de euros no ano passado. Esse ordenado anual dá-lhe, segundo as regras estabelecidas no grupo, o direito a receber uma pensão no valor de 70% do salário anual na reforma. Na estimativa feita pelo grupo no final do ano, Winterkorn tinha, assim, acumulado o direito a receber do grupo um valor de 28,57 milhões por pensão.

Segundo os dois meios de comunicação, não existe qualquer condição prevista nas regras do grupo que lhe permita evitar o pagamento da totalidade ou, pelo menos, de parte deste valor.

Onde o grupo poderá ter alguma margem de manobra é nos 3,2 milhões que Winterkorn poderá querer receber na forma de indemnização compensatória, no valor equivalente a dois anos de ordenado. Esta questão irá depender da forma como o Conselho de Supervisão do grupo classificar a forma como Winterkorn sai. Se for apurado que Winterkorn teve responsabilidades no problema que levou à sua saída, a Volkswagen poderá rejeitar o pagamento deste montante. Mas Winterkorn já veio dizer que ficou “chocado” com as revelações.

As regras da Volkswagen preveem, além do valor da reforma, que o visado poderá utilizar até ao fim da sua vida um carro da marca, gratuitamente.

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