O empresário Carlos Santos Silva, amigo de José Sócrates e um dos arguidos na Operação Marquês, não tinha uma, nem duas, nem três, mas “dezenas de contas” em nome próprio, na Suíça, e foi este um dos motivos que levou a que o prazo do inquérito tenha sido mais alargado. Esta informação consta do acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa, que, esta semana, deu a primeira vitória a Sócrates e que o Correio da Manhã teve acesso.

“O acesso à informação bancária e sobre os procedimentos necessários para a reconstituição de circuitos financeiros, em particular quando refletidos em dezenas de contas, cujo conhecimento foi sendo sucessivamente obtido é, por vezes, muito complexo e moroso“, lê-se no acórdão.

E por isso mesmo, o Tribunal da Relação subscreveu o entendimento do Ministério Público quanto aos prazos do inquérito: 18 meses mais nove, devido à especial complexidade.

Lembre-se que o Tribunal da Relação de Lisboa, num acórdão que teve como relator o juiz Rui Rangel, indeferiu o recurso apresentado po José Sócrates na parte que dizia respeito aos prazos do inquérito. De acordo com a defesa do ex-primeiro-ministro, os prazos foram ultrapassados. Mas a Relação contrariou esse entendimento com o argumento de que durante 15 meses foram sendo sucessivamente enviadas informações novas pelo banco suíço UBS, à medida que iam sendo identificadas novas contas em nome do empresário.

Esta semana, a Relação deu a primeira vitória a José Sócrates, pondo fim ao segredo de justiça interno, ou seja, deu acesso aos arguidos da Operação aos documentos e testemunhos do processo, a defesa do ex-primeiro-ministro viu negada uma outra

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