O Dia Europeu da Língua, que é hoje celebrado, permite relembrar a importância da defesa e da promoção do multilinguismo no espaço europeu e no mundo, segundo os responsáveis das organizações de três espaços linguísticos.

“O Dia Europeu das Línguas é para nós, altos responsáveis das organizações parceiras dos Três Espaços Linguísticos, uma ocasião para relembrar a importância da defesa e da promoção do multilinguismo no espaço europeu e ao nível internacional”, declarou numa mensagem as três organizações.

A declaração foi assinada por Murade Murargy, que é o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por Rebeca Grynspan, a secretária-geral da (Conferência) Ibero-Americana (SEGIB) e por Michaëlle Jean, secretária-geral da Organização Internacional da Francofonia (OIF).

Por iniciativa do Conselho da Europa, sediado em Estrasburgo, o Dia Europeu das Línguas tem vindo a ser celebrado, todos os anos desde 2001, no dia 26 de setembro.

“A União Europeia, com as 24 línguas oficiais, às quais se junta um grande número de outras línguas faladas no seio dos seus Estados-membros, dá provas de que é possível construir uma comunidade a partir da diversidade e promover um desenvolvimento partilhado através do reconhecimento das múltiplas identidades que compõem e enriquecem toda a humanidade”, referiu a mensagem.

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Segundo o texto, “a diversidade linguística tornar-se um elemento fundamental da diversidade cultural e uma alavanca indispensável do desenvolvimento sustentável das comunidades, dos povos e das nações”.

“Ao promover a coesão social, o multilinguismo é um desafio particularmente importante no atual contexto de acolhimento de migrantes oriundos de outros espaços linguísticos”, sublinhou o documento.

Segundo a mensagem “as línguas expressam também modos de pensar, pelo que, ao apresentar diferentes perspetivas do mundo, a diversidade linguística é um instrumento ao serviço do reforço do entendimento mútuo e da prosperidade do diálogo intercultural, bem como uma condição essencial para a democratização das relações internacionais”.

“É no respeito por esta diversidade, particularmente no seio das instituições europeias, que cada cidadão poderá participar plenamente na construção europeia. O multilinguismo inscreve-se assim num contexto mais amplo de inclusão e de construção coletiva pela participação de todos”, segundo o texto.

Na mensagem, os responsáveis dos três espaços linguísticos indicam que “o princípio do multilinguismo nestas instituições é um importante desafio político”.

“É dever dos responsáveis das instituições europeias valorizar as competências plurilingues dos seus funcionários, nomeadamente ao nível do recrutamento, e investir na sua formação linguística de maneira contínua, prestando especial atenção à tradução e à interpretação, bem como à intercompreensão entre línguas aparentadas”, complementou.

“Conscientes da importância de uma educação plurilingue, encorajamos os Estados europeus a assegurar a aprendizagem de pelo menos duas línguas estrangeiras desde uma idade mais precoce, em conformidade com a decisão adotada pelo Conselho Europeu de Barcelona (2002)”, de acordo com a mensagem.

Sublinharam ainda que “de igual forma, pedimos que sejam tomadas medidas para que o ensino superior, a investigação e a formação profissional possam existir e desenvolver-se em diversas línguas”.

“Tanto ao nível europeu como nacional, o plurilinguismo é considerado como uma mais-valia para o acesso ao emprego qualificado, pelo que contribui para a igualdade de oportunidades de desenvolvimento pessoal, através da educação e da cultura”, referiu ainda a mensagem.