Estávamos em 1995. Mais precisamente a 29 de setembro. Aos EUA chegava uma nova consola de jogos, trazida diretamente do Japão pelas mãos da Sony e nascida de uma parceria falhada com a Nintendo. Chamava-se PlayStation. Sim, foi há 20 anos.

O sucesso foi imediato. Logo no final do ano a Sony tinha vendido mais de três milhões de consolas PlayStation. Na viragem do milénio tinham sido vendidas quase 73 milhões de unidades. Em maio de 2014, a PlayStation tornava-se a primeira consola de jogos a superar os 100 milhões de unidades vendidas. Quando a produção foi descontinuada em março de 2007, a Sony registava um total de 102.4 milhões de unidades comercializadas em todo o mundo.

A PlayStation foi a primeira consola a vender mais de 100 milhões de unidades. Fotografia: Schmitt~commonswiki/Wikimedia Commons (CC BY-SA 3.0)

Sem dúvida que a primeira PlayStation é um marco na história dos videojogos, numa altura em surgia também o Internet Explorer e o Yahoo dava os primeiros passos — a Google só viria a nascer três anos depois. Ultrapassou em popularidade a Sega Saturn, lançada quatro meses antes (ainda que esta tenha vendido mais unidades nas primeiras semanas). Mas quando falamos de mudanças no universo dos videojogos, é incontornável falar do surgimento da Nintendo 64, também a 29 de setembro… mas de 1996.

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A nova consola da Nintendo usava ainda o modelo de cartuchos de jogos (em vez de CD’s e DVD’s), mas isso não a impediu de garantir o segundo lugar no ranking de vendas, com 33 milhões de unidades vendidas. Com ela saiu também o Super Mario 64, que mudou toda a indústria dos videojogos. A novidade não estava propriamente no jogo, mas na forma como ele era jogado: pela primeira vez, o utilizador tinha uma noção perfeita e real das três dimensões que compõe o espaço.

Mais tarde, em 1998, a Nintendo recuperava o GameBoy já lançado em 1989, desenvolvendo uma versão a cores. Aparecia assim o GameBoy Color, a consola portátil que marcou gerações e que se viria a tornar um sucesso mundial, com grande destaque para os videojogos da saga Pokémon.

GameBoy Color. Fotografia: Evan-Amos

Só no Japão o GameBoy (original) e o Gameboy Color venderam, em conjunto, mais de 30 milhões de unidades. Fotografia: Evan-Amos

Mas a evolução não pára. No final de 1999, a Dreamcast chegava à Europa e, já em 2000, a Sony voltava a fazer das suas, lançando uma novíssima PlayStation 2 — resultando numa queda nas vendas da nova consola da Sega. Como garantia de sucesso, a novidade aqui era outra: a PlayStation 2 suportava os jogos da PlayStation original. Também estes se tornaram mais realistas, com grafismo e texturas mais cuidadas. A outra grande novidade foi o aparecimento de jogos não tão feitos a pensar nos mais novos. Falamos, por exemplo, da saga Resident Evil ou Grand Theft Auto, destacando elementos menos nobres — como o terror, a violência, entre outros.

A Nintendo não quis ficar para trás, lançando a GameCube em 2001. Como forma de contornar a pirataria — que começava a banalizar-se –, uma vez mais a marca japonesa colocou de parte os DVD’s e apostou num meio menos convencional: o disco em formato “mini” (miniDVD). No entanto, este não foi o único lançamento da empresa nesse ano. No segmento das consolas portáteis, o GameBoy sofreria uma nova remodelação. Nascia assim o GameBoy Advance. A ambição dos dispositivos móveis dava novos sinais de vida.

Em 2002, uma outra companhia juntava-se à corrida na Europa: a Microsoft. O lançamento da Xbox veio acentuar a concorrência entre as principais gigantes tecnológicas a apostar no segmento dos videojogos. De destacar que, para além disso, o poder de processamento dos computadores aumentava significativamente de dia para dia, sendo também eles uma plataforma de jogos. A partir de 2005 e de 2006 aparecem novas consolas de jogos (PlayStation 3, Xbox 360 e Nintendo Wii), bem como uma vasta gama de dispositivos portáteis.

A Microsoft vendeu mais de 80 milhões de consolas Xbox 360 em todo o mundo. Fotografia: David Paul Morris/Getty Images

Atualmente há apostas fortes das principais fabricantes. Entre as novas PlayStation 4, Wii U ou Xbox One, cada consola possui várias versões e um vasto arsenal de acessórios. E há também modelos e funcionalidades para todos os gostos (ainda no final de julho, a Microsoft tornava-se pioneira na tecnologia de cross-platforming, permitindo que jogadores de Xbox One joguem com utilizadores de computador no Windows 10).

Texto editado por Diogo Queiroz de Andrade.