Cerca de 66.000 sul-coreanos – a maioria com 80 ou 90 anos – estão na lista de espera para uma eventual reunião com os seus familiares, mas apenas um número muito limitado é escolhido para cada encontro. As relações difíceis entre os dois países só permitiram um encontro nos últimos cinco anos.

Cancelar o evento agendado para 20 a 26 de outubro acabaria com o acordo a que as duas Coreias chegaram em agosto para reduzir a tensão que quase as levou ao conflito armado.

Durante a assembleia-geral da ONU na segunda-feira, a Presidente da Coreia do Sul disse que a procura da Coreia do Norte por um dissuasor nuclear constituía uma ameaça global e instou a comunidade internacional a unir-se para pressionar Pyongyang a seguir um caminho diferente.

Park apelou também a que Pyongyang melhore a situação dos direitos humanos, após um relatório da ONU que concluiu que a Coreia do Norte cometia violações de direitos “sem paralelo no mundo contemporâneo”.

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Um comunicado emitido na terça-feira à noite por um porta-voz do Comité para a Reunificação Pacífica da Coreia de Pyongyang dizia que os comentários de Park foram “totalmente desprovidos de razão” e provavam que a governante está “determinada” a cultivar o confronto.

“Devido à imprudente linha de confronto das autoridades da Coreia do Sul, não só as relações Norte-Sul foram postas em sério perigo, como a reunião das famílias separadas”, disse o porta-voz. “O evento pode ser totalmente abortado”, acrescentou.

Milhões de pessoas foram separadas entre 1950 e 1953 durante o conflito que selou a divisão entre as duas Coreias. Muitos morreram sem ter a oportunidade de ouvir ou ver os seus familiares que ficaram do outro lado da fronteira, com toda a comunicação entre civis banida.