“Sopra e testa a tua energia”, lia-se numa máquina. Numa ponta, estava uma ventoinha, na outra um ecrã com fotografias de pessoas a quem o cabelo levantava consoante a força do sopro. E Costa soprou. Mas não viu aparecer no ecrã a mensagem final: “A energia de criar está em ti”. “Tenho aqui um obstáculo”, disse a rir com a quantidade de fotógrafos que tinha à frente. Na FabLab, Costa foi buscar a energia e a criatividade dos fazedores para dizer que se em Lisboa promoveu o desenvolvimento de outro tipo de economia, também o quer fazer no país.

“Foi feito aqui e não há razão nenhuma para não o ser no futuro a nível nacional”, disse.

Por entre candeeiros, sabonetes em forma de azulejo, impressoras 3D e máquinas que servem para fazer protótipos, Costa defendeu o legado lisboeta e contou a história. Primeiro diz chegou à câmara e quando tinha “ultrapassado a situação financeira catastrófica” faliu o Lehmon Brothers e com isso chegou a crise internacional primeiro, a nacional depois e decidiu olhar para outras potencialidades da cidade, adotando o lema: ” por cada má notícia, uma boa iniciativa”. É este lema que quer levar para o Governo. “Aquilo que o Estado e os municípios têm de fazer é serem capazes de serem catalisadores de uma enorme energia criativa e saber que hoje existe na sociedade portuguesa e em particular nas novas gerações”.

“Descobrimos uma nova economia na cidade, empreendedora e criativa”, disse. Para Costa, esta mudança que fez na cidade é o caminho do futuro e dá o exemplo lisboeta: “Lisboa já não é a cidade da administração pública e das grandes empresas”, disse. Para o ex-presidente da Câmara de Lisboa, que tem dito que agora quer ir para “uma autarquia um bocadinho maior”, o país que quer governar será um país “que tem de funcionar muito mais em rede”, sem a diferenciação entre “regiões industriais” e “rurais e urbanas”.

E para esta mensagem recebeu o apoio de alguns jovens que quiseram deixar-lhe uma mensagem. Um programador arrancou um sorriso a Costa depois de lhe ter deixado com um “brilho nos olhos”. Disse esse jovem que o que conta é a votação de domingo e que há muita gente com “problemas de memória” e por isso já pensou “em trabalhar em qualquer coisa para tratar da falta de memória recente”. Foi o mesmo programador que sugeriu a Costa, enquanto presidente da Câmara que desenvolvesse ações de formação: “Os meus olhos brilharam quando me disse que não era precisava de ser bom aluno a matemática para ser bom programador”.

Matemáticas e contas para o futuro à parte, Costa ouviu um “obrigado” pelo passado, sobretudo por ter lançado o espaço onde é possível “experimentar e prototipar” gratuitamente.

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