As reuniões são realizadas à porta fechada. Lá dentro estão políticos do partido Republicano, como Marco Rubio ou Ted Cruz, a que se juntam membros do grupo Friends of Abe. Entre eles estão estrelas de Hollywood.

O grupo secreto de ideologia conservadora nasceu em 2004, formado por Gary Sinise. Ao contrário da maioria das estrelas de Hollywood, que se identifica com a ideologia democrata e liberal, os membros do Friends of Abe são atores e realizadores próximos da ideologia conservadora.  A palavra “Friends” diz respeito à organização “Friends of Bill”, um grupo de amigos e simpatizantes do presidente Bill Clinton. O “Abe” diz respeito a Abraham Lincoln, que é conhecido por “Abe” — o primeiro presidente republicano dos EUA.

A identidade dos membros do grupo permanece em segredo, mas têm sido avançados alguns nomes, como Clint Eastwood, Kelsey Grammer e John Voight (pai de Angelina Jolie). No total são cerca de 2300 membros, aponta a BBC.

“É sabido que a cultura de Hollywood se posiciona à esquerda, mas isso não significa que todos os que trabalham na indústria sejam de esquerda”, explica Jeremy Boreing, diretor executivo da FOA, à BBC Mundo. O responsável diz que o objetivo é proporcionar um “lugar seguro” para a partilha de ideias entre aqueles que se “sentem excluídos da cultura dominante”, ou seja, das ideias democratas e liberais. Para Boreing, ser conservador em Hollywood “tem os seus riscos” porque a indústria “pode ser hostil” com aqueles que pensam de maneira diferente.

Esta predominância das ideias de esquerda é corroborada pelo diretor da Variety. “Basta ver a lista de doações (e de doadores) a candidatos democratas”, sugere Ted Johnson. “A FOA dá um espaço aos republicanos para que possam partilhar as suas preocupações sem ter medo das repercussões”, sintetiza, adiantando mesmo que há “reticências entre os conservadores para falar em público sobre a sua ideologia”. Os democratas são mais bem-vistos e, em sequência, têm acesso a mais pessoas importantes no meio.

Donald Trump, o candidato Republicano mais popular, também colhe simpatia de algumas das estrelas, sobretudo nas questões de imigração. Ainda assim, “no geral, os membros apoiam candidatos mais moderados”, aponta o guionista conservador David Stein.

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