A Hungria está preparada para apresentar formalmente às Nações Unidas um plano de distribuição de refugiados através de um sistema de quotas a nível mundial. “Da nossa perspetiva, parece que só a Europa é que está exposta à grande pressão migratória porque está rodeada de regiões instáveis, o que pode levar a que entre 30 a 35 milhões de fujam em direção às nossas fronteiras”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto.

Szijjarto chegou àqueles números ao somar a quantidade de pessoas que vive com qualquer tipo de ajuda humanitária em países como a Síria, Iraque e outros territórios da África sub-sariana. Ainda assim, os números de refugiados que chegam à Europa são bem inferiores a esses. Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, entraram 520 957 pessoas na Europa pelo mar Mediterrâneo em 2015. Destes, 387 520 optaram pela rota dos Balcãs — a qual inclui a passagem pela Hungria. Destes, estima-se que pelo menos 300 mil tenham passado pela Hungria.

Para já ainda não são conhecidos detalhes desta proposta húngara, que deverá ser apresentada no sábado a propósito da 70º assembleia geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. “Achamos que é a coisa justa e responsável que há a fazer, para que todos possamos ficar com a nossa quota parte de responsabilidade no tratamento da crise dos migrantes”, acrescentou ainda Szijjarto.

Estas palavras representam um volte-face em relação àquilo que o governo húngaro tem dito em relação à implementação de um sistema de quotas de distribuição de refugiados na Europa. Numa entrevista recente à BBC, Szijjarto referiu que “o sistema de quotas obrigatórias não faz sentido nenhum”.

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