O jornal satírico Charlie Hebdo irá mudar-se para novas instalações de alta segurança, depois do ataque terrorista, em Paris, que destruiu a redação e vitimou doze pessoas, dez jornalistas e dois polícias. Uma fonte próxima do jornal recusou-se a comentar a informação por de questões de segurança, avança o WSJ.

A transferência da redação para um local de alta segurança será reveladora de que as ameaças de violência continuam. O jornal satírico é reconhecido pelo seu caráter irreverente relativamente à abordagem de questões políticas e religiosas. O ataque, que aconteceu em janeiro, provocou a morte de vários cartoonistas reconhecidos, como Jean Cabut,  o editor do jornal, Stéphane Charbonnier, também conhecido como Charb e Georges Wolinski. A administração da revista tem vindo a lutar, desde aí, contra várias dificuldades financeiras que afetaram as vendas e assinaturas da publicação francesa.

Mas o jornal Charlie Hebdo também enfrenta agora outros problemas, no que diz respeito aos seus colaboradores, face às contantes pressões de que são alvo. O artista Rénald Luzier, conhecido como Luz, que assinou a caricatura do profeta Maomé que apareceu na primeira página do primeiro Charlie Hebdo após os ataques de janeiro, já anunciou a sua saída. O paramédico Patrick Pelloux, uma das primeiras pessoas que chegou ao local depois do ataque e que escreve uma coluna médica para o jornal, também pretende sair.

“Continuo com o Charlie Hebdo no meu coração, mas temos de saber como virar a página”, disse Patrick Pelloux, em entrevista à estação de rádio estudante Web7Radio, conta o WSJ. “Acho que já não vou trazer nada de novo para este jornal”, acrescentou.

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