A agência de ‘rating’ DBRS considera que os resultados das eleições legislativas terão poucos riscos, uma vez que as medidas de ajustamento orçamental parecem continuar asseguradas, mas alerta para o risco de eleições antecipadas face a um governo minoritário.

De acordo com uma nota de análise da DBRS, “a formação de uma grande coligação parece improvável”, considerando que “o resultado mais provável é um governo minoritário, liderado ou pelo PS, ou pelo PSD/CDS, o que pode aumentar o risco de eleições antecipadas”.

No entanto, na mesma nota, a agência salienta que independentemente do resultado, “os riscos políticos são limitados, uma vez que o apoio aos partidos políticos com menos representatividade permanece baixo, apesar da oposição pública à austeridade”.

“Com o apoio popular concentrado em torno nos partidos tradicionais [PS, PSD e CDS] que estão comprometidos com as obrigações europeias para Portugal, a DBRS considera limitados os riscos políticos resultantes das eleições, sem implicações diretas no ‘rating’ da dívida de longo prazo de BBB (low)”, refere a agência de notação.

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A DBRS assinala que uma vitória do PS nas eleições do próximo domingo pode traduzir-se “num ritmo mais lento de ajustamento orçamental”, mas o partido continuará “a assegurar um nível razoável de continuidade das políticas” implementadas em Portugal durante os quatro anos do programa de ajustamento.

“Não são esperados grandes desvios das políticas atuais, como uma reversão de algumas medidas de austeridade incluindo os cortes salariais no setor público e da sobretaxa de IRS, já contidas no Programa de Estabilidade 2015-2019 que o atual Governo apresentou em abril” num documento enviado a Bruxelas.

Nesse sentido, “a DBRS acredita que o próximo governo deverá manter-se amplamente comprometido com a prudência orçamental”.

Contudo, e independentemente do resultado daas eleições, Portugal “ainda enfrenta importantes desafios em termos de maior ajustamento orçamental e de reformas estruturais para melhorar as suas perspetivas de crescimento a médio prazo”, avisa a DBRS, acrescentando que “apesar dos progressos que Portugal tem feito, esses desafios mantêm-se e o próximo executivo terá pouca margem de manobra”.