Os voluntários do Crescente Vermelho recuperaram desde a passada terça-feira 85 corpos, já em estado de decomposição, que “foram dar às praias localizadas entre Trípoli e Sabratah”, cidade costeira localizada a 66 quilómetros a oeste da capital líbia, indicou, em declarações à agência francesa AFP, Mohamad Al-Misrati, porta-voz da organização humanitária não-governamental, federada com a Cruz Vermelha Internacional.

O representante do Crescente Vermelho não deu informações sobre os países de origem das vítimas mortais. A guarda costeira líbia divulgou esta segunda-feira o resgate de 212 pessoas, incluindo 22 mulheres, que estavam a bordo de dois botes pneumáticos.

A operação ocorreu ao largo de Garaboulli, a 60 quilómetros a leste de Trípoli. “Recebemos informações que indicavam a presença de dois grandes botes”, disse um oficial da guarda costeira líbia, precisando que a maioria dos migrantes era proveniente do Senegal e do Sudão.

Com 1.770 quilómetros de costa, a Líbia tornou-se num ponto central da imigração ilegal que tem como destino a Europa. A ausência de controlo fronteiriço, os meios limitados da guarda costeira líbia e o caos que reina na Líbia (país dividido por uma violenta disputa entre duas autoridades rivais) têm sido os fatores que mais têm contribuído para o aumento deste fenómeno.

A grande maioria dos migrantes tenta alcançar a ilha italiana de Lampedusa, uma pequena ilha a sul da Sicília que fica a pouco mais de 300 quilómetros da costa líbia.

Perto de 515.000 migrantes atravessaram o Mediterrâneo desde o início do ano e cerca de 3.000 morreram ou estão dados como desaparecidos, segundo o mais recente relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

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