Gostos são gostos e não se discutem. Há quem adore George Clooney e odeie Leonardo DiCaprio e há quem prefira o rosto de Kim Kardashian aos traços de Beyoncé. E o provérbio é velho: a beleza está nos olhos de quem a vê. Mas Jeremy Wilmer, um professor de psicologia na faculdade Wellesley, em Massachusetts, vai mais longe: “A beleza que achamos atraente é fortemente influenciada pelas nossas experiências de vida.”

O professor explica: “Cinquenta por cento das preferências de umas pessoas por outras deve-se exclusivamente à aparência (sendo que os rostos simétricos são geralmente considerados os mais bonitos) e os restantes 50% devem-se às experiências pessoais.” No seu novo estudo, publicado no jornal Current Biology, Jeremy defende que o nível de atração não depende só dos genes da outra pessoa (pelo facto de esta ser bonita ou não) mas também das vivências que alteram a forma como percepcionamos o mundo e os outros.

A young couple kissing in a London room, May 1964. (Photo by Bert Hardy Advertising Archive/Getty Images)

Segundo este estudo, o nosso gosto pessoal é influenciado pelas experiências que vivemos desde que nascemos. © Bert Hardy Advertising Archive/Getty Images

Desta forma, o ambiente onde nascemos, crescemos e até estudamos pode influenciar diretamente o tipo de pessoas que consideramos bonitas e atraentes. Para chegar a esta conclusão, os investigadores estudaram as preferências faciais de 214 pares de gémeos falsos e 547 pares de gémeos verdadeiros. “Descobrimos que, apesar dos gémeos verdadeiros partilharem os mesmo genes, as suas preferências faciais eram bastante diferentes porque as suas experiências pessoais eram distintas”, diz Wilmer à revista Time.

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Laura Germine, outra autora do estudo que trabalha no General Hospital de Massachusetts, ainda acrescenta que “se associarmos emoções positivas a um rosto em específico, todos os rostos que encontrarmos com traços semelhantes vão parecer consequentemente mais atraentes”. O que justifica o facto de termos sempre uma tendência pelo mesmo tipo de pessoas.

Por isso, da próxima vez que achar uma pessoa menos bonita lembre-se: metade da culpa é dos genes e a outra metade é sua.

Texto editado por Ana Dias Ferreira.