Os empresários portugueses ouvidos pelo Diário Económico não têm dúvidas de que o pior cenário para o país seria uma crise política, que resultasse de uma guerra aberta entre a coligação Portugal à Frente, vencedor das eleições de 4 de outubro, e o PS. Ou seja, António Costa deve estar aberto a eventuais pontes com o Governo eleito, sem bloquear a sua formação e permitindo que o Orçamento do Estado para 2016 seja aprovado.
Para este exercício, o Diário Económico ouviu 20 empresários e partiu do pressuposto de que Cavaco Silva não vai convidar outros partidos a formar Governo. O que querem os empresários?
- Que haja consensos parlamentares
- Estabilidade e solidez do Governo
- Que a trajetória de recuperação não seja posta em causa
- Flexibilidade política
- Boa vontade
- Que governem para o bem do país
- Que tenha sido dado um passo na estabilidade
- Que não se crie instabilidade politica no país
- Que vai ser encontrada uma solução de governabilidade o mais rapidamente possível
- Que sejam assumidas as responsabilidades
Nuno Ribeiro da Silva, presidente da Endesa Portugal afirmou que face à derrota de António Costa, espera que “o PS tenha o bom senso de ter uma postura construtiva, de viabilização do Governo, de apoio a um quadro de estabilidade”, acrescentando que não quer voltar a 1985.
Já Manuel Violas, presidente do grupo Solverde, diz que se não há bom senso dos dois principais partidos, daqui a um ano estamos outra vez em eleições e Mário Ferreira, da Douro Azul, acrescenta que a “estabilidade que o país necessita deverá resultar dessa capacidade de dialogar e trabalhar em conjunto dos partidos com assento parlamentar.”
No Jornal de Negócios, a ideia é a mesma – os empresários querem uma solução estável, mas não necessariamente a mesma. Se por um lado, alguns defendem a entrada de António Costa para o Governo, também há quem admita a possibilidade de uma esquerda unida.
Uma coisa parece certa: a melhor alternativa para os empresários seria mesmo um acordo de coligação PSD/CDS e o PS e pedem celeridade nos consensos. João Rafael Koehler, líder da Associação de Jovens Empresários (ANJE), apelou a que “esses consensos se concretizem e com brevidade, pois a situação do país não é de molde a que as decisões políticas fundamentais se arrastem no tempo“.
António Saraiva, líder da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), diz que “os resultados eleitorais obtidos pela coligação e PS e os discursos dos seus líderes sugerem que os consensos parlamentares são possíveis. É isso que o país espera, é isso que os empresários exigem”. carlos Barbot, presidente da Barbot, refere que o “ideal seria uma coligação entre PSD, CDS e PS. Senão, outra coligação qualquer”.