Uma rixa entre dois alunos de 12 anos da escola EB 2,3 das Olaias, em Lisboa, acabou com um dos alunos em coma, noticia esta quarta-feira o Jornal de Notícias. A situação descrita aconteceu no final de setembro, quando um rapaz se recusou a passar a bola que lhe pertencia a outro colega, originando um desentendimento. Os rapazes acabariam por regressar às aulas e já de noite, pelas 23h00, o aluno detentor da bola começou a sentir-se mal e foi socorrido no Hospital Santa Maria, onde foi suturado com 40 pontos e ficou em coma durante vários dias — terá tido alta esta terça-feira.

Francisco Simões, diretor da escola EB 2,3 das Olaias, esclarece ao Observador que a “agressão mútua” aconteceu no período de intervalo, dentro do recinto da escola, e que os dois alunos foram assistidos por dois funcionários e um mediador. “Eles próprios fizeram a descrição dos eventos. Não tinham dores e estavam a expressar-se normalmente”, diz, contrariando a possibilidade de que a escola terá desvalorizado os ferimentos das crianças. Simões garante ainda que, à data do incidente, o rapaz que viria a entrar em coma tinha apenas uma “escoriação pequena no rosto”, pela qual recebeu gelo, e que os dois alunos são “agressores”.

Já Rui Costa, comissário do Comando Metropolitano de Lisboa, conta ao Observador que, na altura do incidente, a Escola Segura foi ativada e chamada ao local: “Tratava-se de uma agressão entre dois alunos de 12 anos. Foram agressões mútuas e fizemos uma participação que vai ser enviada para o Ministério Público”. O comissário adianta ainda que o pai da criança hospitalizada vai avançar com um “procedimento tutelar e educativo”, uma vez que ambos os rapazes são menores de idade.

Contactada pelo JN, e considerando que a criança hospitalizada é de origem chinesa — o outro rapaz, segundo Francisco Simões, é de origem romena –, a porta-voz de Liga dos Chineses disse que “à meia-noite o rapaz entrou em estado de coma e que, diante dos vómitos, os pais chamaram uma ambulância e levaram-na para o hospital. De acordo com o médicos, se tivesse havido um atraso no socorro de meia hora, a criança teria corrido sérios riscos”. Bao Hong acrescentou ainda que “os professores apenas usaram gelo em vez de chamarem a ambulância. Parece que não avaliaram que fosse tão grave”.

Perante um possível cenário de violência escolar, Francisco Simões afirma ainda que “todas as escolas têm rixas entre alunos” e que é “comum haver agressões”. “Nunca nos aconteceu uma situação com um risco tão grave que não era visível. Qualquer situação é sempre comunicada ao INEM, mas neste caso em concreto não havia indícios nenhuns, nada indicada que haveria um derrame interno do lado do ouvido”. Já Rui Costa, do Comando Metropolitano de Lisboa, acrescenta que a escola em questão não é um “ponto vermelho de ocorrências” e que situações destas “acabam por fazer parte da normalidade”.

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