As réplicas dos quadros “Ruínas de Roma Antiga”, de Giovanni Paolo Pannini, e “Feira da Ladra na Praça da Alegria”, de Nicolas Delerive, desapareceram da Rua das Taipas, em Lisboa, onde estavam expostos desde 29 de setembro. São estas as novas baixas da exposição “Coming Out — e se o museu saísse à rua?”, do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA).

“Não há vandalismo, as pessoas levam os quadros. É curioso”, diz ao Observador António Filipe Pimentel. O diretor do MNAA costuma caminhar pela Baixa, por onde estão espalhados os quadros, e reparou na terça-feira à noite que o muro da Rua das Taipas estava despido de arte. Mantém a boa disposição, até porque, no final da iniciativa, vai ser publicado um catálogo com todas estas peripécias que mostram como a idade interage com as réplicas.

O primeiro quadro a ser furtado foi “Inferno”, 48 horas após a inauguração da exposição. No seu lugar, na Rua da Rosa, o museu instalou, esta quarta-feira, uma “tabela humorística”, conta António Filipe Pimentel, onde se pode ler:  “Retirada temporariamente para exposição privada“.

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Retirada, sim. Falta saber se foi temporariamente. ©Michael M. Matias/Observador

As notícias do furto tiveram um lado positivo, destaca o diretor. “Tornaram a imagem absolutamente popular”. Para aqueles que querem ver com detalhe as 31 obras verdadeiras, o serviço educativo está a preparar visitas direcionadas dentro do museu. “As pessoas estão muito interessadas”, conta.

“Coming Out — e se o museu saísse à rua?” foi inspirada numa iniciativa da National Gallery, em Londres, e preparada durante meio ano em segredo, para surpreender a cidade. Nunca tinha sido feito nada assim em Portugal. As principais obras do museu foram replicadas fielmente, emolduradas e etiquetadas, tal como estão no museu, de forma a gerar a dúvida nas pessoas sobre se seriam as originais. Mas sem qualquer segurança a vigiar.

Os quadros só serão retirados da Baixa de Lisboa na noite de 1 para 2 de janeiro de 2016. Resta saber se a equipa do museu vai ter de carregar muito, pouco, ou nenhum peso. E se a réplica de “Feira da Ladra na Praça da Alegria”, de Nicolas Delerive, vai aparecer a ser vendida no Campo de Santa Clara.

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