“O nacionalismo é a guerra. O debate não é entre menos Europa ou mais Europa, é entre a confirmação da Europa ou o fim da Europa. Não há outra solução do que uma Europa forte para garantir a nossa soberania”, começou por dizer o presidente francês. “Não podemos voltar a pensar em nacionalismos, muito pelo contrário. Precisamos de mais Europa, não de menos”, continuou a chanceler alemã uns minutos depois.

Uma Europa mais unida do que nunca. Em pouca palavras, esta foi a mensagem que François Hollande e Angela Merkel transmitiram no Parlamento Europeu esta quarta-feira, no primeiro encontro conjunto de chefes dos governos francês e alemão desde novembro de 1989. À data, pouco tempo depois da queda do muro de Berlim, foram Helmut Kohl e François Miterrand que protagonizaram esse encontro histórico em Estrasburgo, França.

Mas mais do que um apelo claro para evitar o fim da Europa e “um regresso às fronteiras nacionais”, como disse Hollande, houve outros tópicos em cima da mesa. Sobre a crise de refugiados que está a assolar a Europa, por exemplo, Merkel foi clara: “Nunca haverá muros suficientemente altos para deter os refugiados. Por isso, precisamos de uma solução real”.

“Sejamos francos, a convenção de Dublin, na sua forma atual, é obsoleta”, disse ainda a chanceler, referindo-se ao atual quadro legal europeu que regulamenta os pedidos de asilo (estipula que os refugiados solicitem os pedidos no Estado-membro ao qual chegam). “Pronuncio-me a favor de um novo sistema de distribuição. A Europa é uma união de valores, de direitos e responsabilidades.”

Também o presidente francês reconheceu falhas na resposta da UE à crise migratória e de refugiados, admitindo que “a Europa tardou a compreender que as tragédias no Médio Oriente e em África teriam consequências para si”.

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