O presidente da Câmara da Figueira da Foz disse que falharam as medidas de prevenção no naufrágio do arrastão Olívia Ribau, dado a estação salva-vidas fechar às 18:00 e uma embarcação de socorro estar avariada.

Em declarações aos jornalistas, João Ataíde disse que a estação salva-vidas do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) não tinha os meios necessários para acudir ao acidente, por uma das embarcações, a Patrão Macatrão, estar avariada, e criticou o facto da Proteção Civil Municipal não ter tido conhecimento de que as instalações encerram às 18:00.

“Não direi que falhou o socorro, falharam as medidas de prevenção. Esta questão de [não] termos conhecimento de que o Instituto de Socorros a Náufragos fecha às 18:00 é demasiado grave”, frisou João Ataíde.

O autarca sublinhou que “não havia ninguém disponível” no ISN para acudir ao naufrágio e registou que o salva-vidas Patrão Macatrão “que é o único que tem condições para acudir a estas situações, estava indisponível devido a uma avaria técnica”.

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O autarca disse ainda que um porto comercial com a envergadura do da Figueira da Foz “merece ter a necessária prevenção”, alegando que o ISN devia ter articulado com a administração portuária a permanência de meios que permitissem acudir a um acidente como o que ocorreu terça-feira.

João Ataíde notou que nos últimos três anos, “este é o terceiro acidente” mortal junto à barra do porto da Figueira da Foz.

“Já tivemos várias mortes, agora, infelizmente, já registamos três com tendência para aumentar, vamos ver agora como evoluem as operações de resgate”, referiu.

Por outro lado, o Presidente da Câmara lembrou que há mais de três anos que a autarquia vem fazendo “insistentemente” “apelos para a dragagem da barra, a última vez em abril de 2014, dando nota das dificuldades das embarcações dos pescadores para entrarem no porto, após as obras de prolongamento do molhe norte em 2010.

João Ataíde afirmou que a deriva de areias tem vindo a “obstruir” a barra, que tem partes assoreadas reclamou uma dragagem “permanente e contínua” naquela zona.

“Já houve acontecimentos suficientes para que justifiquem as medidas de prevenção e as medidas de desassoreamento que, insistentemente, temos reivindicado”, alegou.

O naufrágio do Olívia Ribau, na passada terça-feira, cercadas 19:15, à entrada do porto da Figueira da Foz, provocou já três mortos, dois pescadores continuam desaparecidos e outros dois foram resgatados com vida na noite do acidente.