O Novo Banco tem na sua posse um conjunto de ativos imobiliários com um valor superior a 2,8 mil milhões de euros que podem revelar-se essenciais para o plano de capitalização da instituição, avança o Diário Económico.

O plano de reestruturação do Novo Banco pressupõe a venda de ativos não-estratégicos, de que são exemplo as participações em sociedades ou a venda de imóveis. A instituição, segundo o Diário Económico, possui cerca de 14 mil imóveis, sendo que a maioria foi entregue por clientes com crédito em incumprimento. Nos últimos anos, a venda direta de imóveis e os leilões imobiliários têm sido a forma de a maioria dos bancos portugueses lidarem com esse problema.

Acontece que a maioria dos imóveis, tidos em carteira há já vários anos, começam a dar de sinais da necessidade de sofrerem algum tipo de manutenção, o que acaba por agravar a situação dos bancos que podem ter ainda de investir na sua recuperação. Face a este quadro, a possibilidade da venda de imóveis permite aos bancos libertar-se destes ativos e, no caso do Novo Banco, pode ajudar a reduzir o esforço de capitalização, sendo que quanto maior for o valor das vendas, menor será o capital a necessitar de ser injetado no Novo Banco, pelo Fundo de Resolução ou pelo futuro comprador do banco.

Conseguir vender os imóveis pode, no entanto, ser um problema, já que quanto mais tempo passar maior poderá ser a desvalorização do imóvel. Para o Novo Banco esta pode ser uma das soluções mais rápidas, mas também arriscadas, já que o mercado imobiliário se encontra ainda ele numa fase de recuperação.

O advogado e “managing partner” da Uría Menéndez-Proença de Carvalho, Duarte Garin, embora não se referindo ao caso específico do Novo Banco, explicou ao Diário Económico que “a venda de activos imobiliários de forma agregada, ou seja, em pacote, pode ter vantagens claras, nomeadamente a rapidez do processo de venda e o facto de poder ser uma operação de grande volume o que atrai os grandes fundos internacionais que realizam também grandes investimentos”. Já um administrador de um banco, também em declarações ao Diário Económico, salientou que a rapidez da venda não está isenta de riscos, uma vez que, “numa venda apressada, quem compra vai aproveitar-se no que toca ao preço”.

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