Portugal é um dos seis países do sul do Mediterrâneo cuja taxa de desemprego jovem ultrapassa os 30%, apesar do decréscimo que tem vindo a registar-se na Europa entre 2012 e 2014. A referência é feita pela Organização Mundial de Trabalho (OIT).

De acordo com o relatório “Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2015”, divulgado esta quinta-feira pela OIT, no período em análise Portugal registou uma taxa de desemprego jovem de 34,8%, face aos 16,6% da média da União Europeia.

Os restantes países assinalados no relatório são a Croácia, com um desemprego jovem de 45,5%, o Chipre, com 35,9%, a Grécia, com 52,4%, a Itália, com 42,7%, e Espanha, com 53,2%.

Tal como Portugal, a OIT salienta que alguns destes países continuam sujeitos a programas de austeridade para ultrapassar a crise financeira, que têm tido consequências no mercado de trabalho, em particular, entre os jovens.

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O relatório destaca que uma das consequências da crise se traduziu no aumento do trabalho temporário e em part-time para os jovens, que não conseguem outro tipo de emprego, correndo “o risco de caírem na pobreza ou na exclusão social”.

Contratos temporários a subir

O documento assinala igualmente que em 2014 se verificou um decréscimo de 20% do número de contratos temporários para os jovens com idades compreendidas entre os 25 e os 29 anos em todos os países, exceto em França, Itália, Portugal e Espanha.

A nível mundial, a taxa de desemprego jovem estabilizou nos 13%, depois de ter subido entre 2007 e 2010, mas continua muito acima dos 11,7% anteriores à crise, devendo chegar este ano aos 13,1%, segundo as previsões da OIT.

Em comparação com 2012, a taxa de desemprego jovem diminuiu em 1,4 pontos percentuais nas economias mais desenvolvidas e na União Europeia, e 0,5 pontos percentuais nos países fora da União Europeia e da antiga União Soviética. Nas restantes regiões do mundo a taxa de desemprego jovem manteve-se ou subiu entre 2012 e 2014.