Mais sucesso escolar, menor abandono e maior motivação são alguns dos pontos positivos do ensino vocacional assinalados no documento que sintetiza a avaliação feita à experiência-piloto lançada em 2012/2013 e que foi agora publicado no site da Direção Geral da Educação. Fruto do “impacte positivo” desta oferta formativa, o Ministério da Educação e Ciência decidiu alargá-la a todas as escolas públicas, num diploma publicado esta sexta-feira, em Diário da República.
“A avaliação que tem vindo a ser realizada, tanto a nível nacional como a que tem sido referenciada em estudos internacionais ao longo destes anos, mostra que esta oferta tem tido um impacte positivo no combate ao abandono e na promoção do sucesso escolar, na inclusão de jovens em risco de abandono, no cumprimento efetivo da escolaridade obrigatória e no desenvolvimento de vários sectores de atividade que dela necessitavam”, lê-se no diploma.
Os cursos vocacionais foram criados como uma via alternativa para a prossecução dos estudos, sobretudo para estudantes com histórico de repetições. Em 2014/15 frequentaram estes cursos mais de 27 mil alunos e, de acordo com o DN, este ano letivo estão a frequentar o vocacional mais de 35 mil alunos do ensino básico e secundário, distribuídos por mais de 1770 turmas.
De acordo com o relatório de avaliação desta experiência-piloto ao nível do sucesso escolar regista-se, no ensino básico, uma melhoria, passando de 74,3% em 2012/13 para 79,0% em 2013/14. Já ao nível do ensino secundário a taxa de sucesso escolar atingiu os 84,3% em 2013/2014 (primeiro ano letivo em que estes cursos funcionaram).
Quanto ao nível do abandono escolar, os dados de monitorização mostram que “a percentagem de alunos em abandono ou em risco de abandono no ensino básico em 2014/15 está abaixo dos 5%” e no ensino secundário ficou-se nos 12,5%. Os autores do relatório frisam, porém, que estas taxas deverão “vir a verificar ainda uma pequena descida após consolidação das estatísticas oficiais, pois alguns dos alunos, que são reportados pelos coordenadores dos cursos como estando em abandono ou excluídos por faltas, vêm a ser encontrados posteriormente noutro tipo de ofertas”.
Questionados os pais destes alunos a opinião que prevalece é que “os seus filhos estão mais motivados para a escola, que são mais apoiados pelos professores, aprendem melhor e que a maioria das empresas reconhece os benefícios atuais e futuros de colaborarem com as escolas”.
Do lado das recomendações, sugere-se um número próximo dos 20 alunos por turma “tendo em conta as características específicas dos alunos destes cursos” e sublinha-se “a necessidade de garantir que todas as escolas têm psicólogos disponíveis, não só para o processo de seleção e encaminhamento dos alunos, mas também para o seu acompanhamento ao longo do ano”.