Ignazio Marino, presidente da câmara de Roma, demitiu-se esta quinta-feira. Marino foi pressionado pelos conselheiros com base nos relatórios que publicou online, onde apresentou elevadas contas de restaurante que afirmou deverem-se a despesas oficiais, refere o POLITICO.
O ex-autarca recebeu um ultimato dos conselheiros da cidade para resignar ao mandato. A polémica estendeu-se à rede social Twitter onde foi criada a hashtag #MarinoDimettiti. Ignazio Marino também recorreu também às redes sociais Twitter e Facebook para partilhar o anúncio da sua demissão.
Demito-me. O trabalho que fiz nos últimos anos fica para o futuro de Roma. Uma cidade que libertámos da corrupção,” pode ler-se no seu tweet.
Mi dimetto. Dal lavoro fatto in questi anni passa il futuro di Roma. Una città che abbiamo liberato dalla corruzione https://t.co/0fbKQUZZgj
— Ignazio Marino (@ignaziomarino) October 8, 2015
Já na sua página do Facebook, Ignazio Marino publicou um vídeo onde justifica os porquês da sua demissão, mas deixou, no entanto, a dúvida sobre a efetivação da sua decisão porque, nos termos da lei, tem 20 dias para a revogar. Marino explicou que durante esse tempo vai tentar “reconstruir as condições políticas” para poder permanecer no cargo.
Mi dimetto. Dal lavoro fatto in questi anni passa il futuro di Roma. Una città che abbiamo liberato dal malaffare e dalla corruzione.
Posted by Ignazio Marino on Thursday, October 8, 2015
Ignazio Marino, médico cirurgião de 60 anos, dirige a cidade deste 2013, quando foi eleito como independente com o apoio do Partito Democratico (PD). Uma das razões evocadas para ter optado pela resignação foi a perda de apoio do partido.
Na quinta-feira, centenas de pessoas manifestaram-se com cartazes em frente ao Campidoglio (na sede da câmara municipal) exigindo a sua demissão – num deles lia-se “Marino pagate er vino” (“Marino paga o teu vinho) -, escreve o POLITICO.
Antes do mais recente escândalo, alegadamente envolvendo despesas pessoais realizadas com o cartão de crédito da autarquia, a sua administração já estava a ser investigada por alegada corrupção. As suspeitas envolvem relações com o crime organizado e contratos públicos para centros de refugiados e saneamento, um caso que tem sido chamado “Mafia Capitale”.
A presidente da câmara municipal de Paris, Anne Hidalgo, já manifestou o seu apoio a Ignazio Marino através da sua conta do Twitter. “Para mim, ele permanece como o presidente da câmara que ousou enfrentar mafia,” escreveu.
Une pensée pour @IgnazioMarino qui quitte la Mairie de Rome. Il restera pour moi le Maire qui a osé affronter la mafia.
— Anne Hidalgo (@Anne_Hidalgo) October 9, 2015