O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, congratulou-se com os avanços recentes na Grécia, mas pediu a Atenas para aplicar rapidamente as reformas estruturais prometidas, numa entrevista que será publicada no domingo. “Muitas coisas assumiram um rumo melhor nos últimos tempos e isso deve-se ao primeiro-ministro grego, ao Governo grego e ao povo grego”, declarou Draghi, numa entrevista ao jornal grego Katherimini.

“Creio que é do interesse de todos que a atenção se centre a partir de agora na aplicação rápida das medidas que foram acertadas em conjunto, de acordo com os prazos previstos”, afirmou o responsável italiano, pedindo que não sejam postos em causa “os pilares e os objetivos do programa”. Após meses de crise, Atenas chegou a acordo com os credores para um novo programa de assistência financeira, no valor de 86 mil milhões de euros em três anos, em troca de reformas estruturais no país. Para Draghi, estas reformas são um requisito prévio para a continuação da recapitalização dos bancos gregos e de qualquer discussão sobre a dívida do país.

Em agosto, foram destinados 10 mil milhões de euros para recapitalizar os bancos gregos e uma segunda tranche de 15 mil milhões de euros pode ser disponibilizada após uma primeira avaliação dos credores às medidas adotadas no país, “o mais tardar” a 15 de novembro, disse o presidente do BCE.

Draghi afirmou-se favorável a um alívio da dívida grega, mas disse que essa medida só será credível se Atenas mostrar determinação para adotar reformas. “O governo grego deve mostrar que assumiu os objetivos do programa e que está determinado a alcançá-los”, considerou, acrescentando que a Grécia pode voltar ao crescimento a partir do próximo ano, graças a estas medidas.

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